A banalidade do bem
do niilismo cristão ao ateísmo esperançoso
DOI:
10.46551/alt0601202408Keywords:
Existentialism. Absurd. Revolt. Nihilism. Camus.Abstract
O trabalho examina a resposta que Camus dá ao absurdo no romance A peste. Nos seus primeiros escritos Camus apresenta duas atitudes diante do absurdo: a crueldade de Calígula, na peça teatral de mesmo nome, e a indiferença de Meursault, protagonista de O estrangeiro. Mas a crueldade e a indiferença não são respostas adequadas ao absurdo. É em A peste, através do médico ateu Rieux, que Camus apresentará uma atitude mais positiva diante do niilismo moderno: é preciso fazer o bem simplesmente porque é dever fazer o bem. Assim, Camus contrapõe as atitudes do jesuíta Paneloux, que, incapaz de admitir o não sentido da vida, deixa-se morrer, e Rieux que, mesmo sabendo certa a morte de seus pacientes, nem por isso deixa de cuidar deles com o mesmo zelo. E por que o faz? Simplesmente porque deve, sem a necessidade de qualquer justificação, fazendo do bem uma banalidade não carente de bases metafísicas ou apelos religiosos. É a banalidade do bem, que se depreende da atitude do médico, que responde melhor ao absurdo existencial moderno, e não o niilismo do jesuíta que, assim como em O mito de Sísifo, conduz ao suicídio ou a não vontade de viver.
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References
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