RELEITURA, TRANSFORMAÇÃO E IMPERMANÊNCIA EM AMOR DE CLARICE – V.2, DE RUI TORRES
Resumo
No que tange ao emergente fenômeno da ciberliteratura, os recursos computacionais, cada vez mais sofisticados, vêm ensejando poéticas antes inimagináveis, sobretudo em termos de multiplicidade de figurações e leituras, dada a condição subversiva de devir que habita a plástica substância do digital, em transformação a cada clique do leitor. Nesse contexto, optou-se neste artigo pela análise da obra Amor de Clarice – v.2, do poeta português Rui Torres, a fim de compreender como esta, valendo-se de distintos recursos técnicos digitais, enseja efeitos estéticos em que se destacam a releitura do conto “Amor”, de Clarice Lispector (1998); a transformação de um sistema computacional, da versão 1 para a versão 2, para fins artísticos; e a impermanência dos signos dispostos na interface do software-poema, sempre movediços, permutáveis e efêmeros.