A LIÇÃO DO MESTRE AO ALUNO DE POESIA: CRÍTICA E MODERNIDADE EM DRUMMOND E PAES
Palavras-chave:
José Paulo Paes, Drummond, Crítica, Poesia Moderna e ContemporâneaResumo
Para Eliot (1968), por um princípio de crítica estética, não só de críticahistórica, nenhum artista alcança sozinho o significado completo das coisas, eleprecisa da tradição, que envolve fundamentalmente o senso histórico. Com asinquietações da arte moderna, o diálogo entre um escritor e outro se torna aindamais estreito. E é com senso histórico que, em seu primeiro livro, Paes declara: “Sãomeus todos os versos já cantados”, aludindo à ressonância das vozes da tradição emsua criação poética. Ao se autointitular “aluno”, entre humilde e irônico, o poeta, alémde eleger os seus mestres, cita nominalmente alguns e o principal deles: Drummond.Como uma das principais vozes do Modernismo brasileiro, o itabirano apresenta umapoesia que ecoa fortemente em seus sucessores. O propósito deste artigo é mostrarcomo a voz do “mestre” Carlos Drummond de Andrade atua no aluno de poesia JoséPaulo Paes ou como o aluno lê o mestre. Pretende-se verificar não as influências ouas coincidências entre esses dois poetas, mas a persistência de “certos modos depensar, de ver e de sentir”, como quer Octavio Paz (1984).