NENHUMA GUERRA TEM FIM

MULTIPLICIDADES EM AURÉLIA STEINER

Autores

DOI:

10.46551/issn2179-6793RA2024v26n1_a07

Palavras-chave:

Marguerite Duras, Gilles Deleuze, Félix Guattari, Rizoma

Resumo

Este artigo parte dos textos de guerra da escritora Marguerite Duras (1914-1996) em diálogo com a filosofia, sobretudo de Gilles Deleuze e Félix Guattari, para refletir acerca da multiplicidade de tempos e memórias nessa escrita. Focamos aqui em três pequenos textos homônimos da autora, intitulados Aurélia Steiner (1979), nos quais observamos uma recusa radical da ideia de tempo linear e uma abertura às multiplicidades de tempos, em que passado, presente e futuro não se sucedem, mas coexistem, se interconectam, como em um rizoma. Assim, a escrita de memórias da guerra não se faz na intenção de construir uma unidade ou de recuperar um sentido, mas sim no gesto de deixar no texto tais memórias como são: fragmentárias, plenas de vazios, como uma espécie de neblina.

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Biografia do Autor

Isabela Bosi, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Doutoranda em Literatura e Crítica Literária na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP/bolsista CAPES), com período sanduíche na Université Sorbonne Nouvelle - Paris 3 (bolsista CAPES PDSE). Mestra em Memória Social, na linha de pesquisa Memória e Linguagem, pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO/bolsista CAPES), com pesquisa contemplada pelo Edital Editora UFMG 01/2020 e publicada pela mesma editora. Autora dos livros Elida Tessler: alguns envios de tempos e memórias (2023), Quase (2019), Sobre viver (2019) e Bar do Anísio: casa de liberdades (2013), além de artigos, poemas, contos e vídeos publicados em revistas, jornais e antologias.

Annita Costa Malufe, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Investigadora da Universidad de Salamanca (Contrato María Zambrano), junto ao Grupo de Investigación Reconocido Estudios Portugueses y Brasileños. No Brasil, é pesquisadora do CNPq e docente do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária da PUC-SP. É investigadora colaboradora do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa da Universidade do Port. Doutora em Teoria e História Literária (UNICAMP) e autora dos livros de ensaios: Territórios dispersos: a poética de Ana Cristina Cesar (2006) e Poéticas da imanência: Ana Cristina Cesar e Marcos Siscar (2011), ambos financiados pela FAPESP. Realizou duas pesquisas de pós-doutorado, uma na PUC-SP (Fapesp) e outra na USP (CNPq). É autora de sete livros de poemas, dentre os quais Alguém que dorme na plateia vazia (7letras, 2021).

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Publicado

2025-03-20