IMAGINAÇÃO E MEMÓRIA

UM DIÁLOGO ENTRE BAUDELAIRE E KANT

Autores

  • Rita Anuar Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
  • Golgona Anghel FCSH-UNL / IELT

DOI:

10.46551/issn2179-6793RA2024v26n1_a12

Palavras-chave:

Baudelaire, Kant, memória, imaginação, pintor

Resumo

Este artigo traça um diálogo entre um dos escritos de Charles Baudelaire, “A arte mnemónica”, e as noções de memória e imaginação exploradas por Kant. O duelo do pintor da vida moderna, entre o desejo de captar impressões sem posteriormente as desenhar de um modo fiel ao real, sugere uma liberdade no acto de recriar, convocando uma faculdade criadora que supera a mnemónica. Confrontamos o processo de desenhar do Sr. G., passando pela leitura que Arendt faz de Kant, que nos conduz à premissa de que a imaginação é uma faculdade que possibilita a memória. Esta coexistência, que qualifica a actividade do pintor da vida moderna, vem sublinhar o valor da liberdade e a necessidade de um elemento subjectivo na filosofia de Kant.

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Biografia do Autor

Rita Anuar, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa

Rita Anuar

Mestre em História da Arte Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

É candidata ao Doutoramento em Estudos Portugueses na mesma universidade, com um projecto que cruza a obra da escritor portuguesa Maria Gabriela Llansol e o filósofo alemão Walter Benjamin, propondo um estudo comparado da figura da criança e do papel da infância nas suas obras.

Integra o grupo de investigação em Literatura, Filosofia e Artes [FCSH/ IELT/ FCT] desde 2020. Nos últimos anos tem apresentado o seu trabalho em conferências nacionais e internacionais, desenvolvendo paralelamente actividade como curadora e crítica de arte (UMBIGO Magazine).

Golgona Anghel, FCSH-UNL / IELT

Golgona Anghel

Professora Auxiliar no Departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa e Investigadora no Instituto de Estudos de Literatura e Tradição da mesma faculdade. Licenciou-se em 2003, em Estudos Portugueses e Espanhóis na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde, mais tarde, iria concluir o Doutoramento (2009) em Literatura Portuguesa Contemporânea. Publicou alguns livros de ensaios — Eis-me acordado muito tempo depois de mim, uma biografia de Al Berto (Quasi Edições, 2006), Cronos decide morrer, viva Aiôn, Leituras do tempo em Al Berto (Língua Morta, 2013), A forma custa caro. Exercícios inconformados (Documenta, 2018) — e preparou uma edição diplomática dos Diários do poeta Al Berto (Assírio & Alvim, 2012). Nas horas vagas, escreve também poesia: Vim porque me pagavam, (Mariposa Azual, 2011), Como uma flor de plástico na montra de um talho (Assírio & Alvim, 2013), Nadar na piscina dos pequenos (Assírio & Alvim, 2017).

Referências

ARENDT, Hannah. Lectures on Kant’s Political Philosophy. Chicago: The University of Chicago Press, 1992.

BAUDELAIRE, Charles. O Pintor da Vida Moderna. Trad. Teresa Cruz. Lisboa: VEGA, 1993.

BAUDELAIRE, Charles. O Spleen de Paris (Pequenos Poemas em Prosa). Trad. Jorge Fazenda Lourenço. Lisboa: Relógio d’Água, 2007.

BENJAMIN, Walter. A Modernidade. Trad. João Barrento, Lisboa: Assírio & Alvim, 2017.

KANT, Immanuel. Antrophology From a Pragmatic Point of View. Trad. Victor Dowdell. Illinois: Southern Illinois University Press, 1978.

KANT, Immanuel. Crítica da Faculdade de Julgar. Trad. António Marques e Valério Rohden. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2017.

KANT, Immanuel Crítica da Razão Pura. Trad.Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa:Fundação Calouste Gulbenkian, 1985.

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Publicado

2025-03-20