GÊNERO E ESPAÇO EM INOCÊNCIA, DE VISCONDE DE TAUNAY
Resumo
Em Inocência, romance romântico de Visconde de Taunay, a representação da mulher brasileira na sociedade novecentista se dá a partir de uma relação aguda do elemento feminino com o espaço ao redor. Reprimida pelo machismo, a protagonista do romance homônimo é acossada por confinamentos que se sobrepõem, assumindo um caráter de opressão e desespero. A tragédia que se avizinha constrói-se a partir de uma chave de leitura que não pode deixar de lado a análise do espaço. Causa então espécie que, até os dias de hoje, a crítica não tenha se dedicado a realizar um estudo do romance tomando como referencial de ponta as teorias da topoanálise. Inocência é um romance de espaços que circundam, fecham, soterram: a mulher está trancafiada no quarto, que está dentro do sítio, que está dentro do sertão. Conseguirá apenas alcançar a liberdade quando a alma se evadir do corpo. A morte, então, se configura como elemento libertador.