TORNAR-SE ORNAMENTO INDISPENSÁVEL: A VAIDADE EM MACHADO DE ASSIS E MATIAS AIRES
Resumo
Em “Teoria do Medalhão” (1881), de Machado de Assis, podem ser percebidos ecos dos argumentos utilizados na “Carta sobre a fortuna” do filósofo Matias Aires (1786). Neste trabalho pretendemos analisar a maneira como, em ambos os textos, a vaidade é pensada como a paixão que governa o mundo. Nos dois casos percebe-se que a vaidade é a responsável pela conquista do lugar social por meio da adequação ao convencional, tornando-se, assim, a ferramenta fundamental que garante o funcionamento do teatro do mundo, com todos cumprindo seus papéis. Machado em sua sátira recupera as referencias de Matias Aires em relação à “visão de mundo” pessimista (o olhar “desenganado” para a sociedade) e à importância da “busca da glória” como meio da afirmação do lugar primordial ocupado pela vaidade entre os homens.