Relação entre representação descritiva e substantiva: o caso da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG)

Autores

Palavras-chave:

ALMG, grupos minoritários, representação descritiva, representação substantiva

Resumo

Este artigo tem como objetivo principal detectar a existência ou não da relação entre representação descritiva e representação substantiva, ao se analisar a atuação para minorias sociais. Para isso, primeiramente se realizou uma revisão de literatura sobre representação descritiva, tendo como base autoras como Pitkin, Phillips e Young, perpassando conceitos como perspectiva e política de presença, para compreender como a necessidade da representação dos grupos subalternos, nos espaços de decisão política, foi debatido. Posteriormente, é apresentado como a relação entre representação descritiva e representação substantiva podem não estar diretamente vinculados como se poderia supor. Buscando alcançar o objetivo proposto, foi realizada a coleta de dados referentes aos projetos apresentados pelos deputados mineiros nas 11ª (1987-1991) e 17ª (2011-2015) legislaturas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Com a apresentação dos dados percebeu-se que as políticas para esses grupos são poucas e que os deputados selecionados – considerados como representantes descritivos das minorias – não apresentam uma atuação tão focada nesses grupos, principalmente quando comparada com a atuação do universo de deputados nas duas legislaturas. Além disso, existem minorias que não são representadas por esses deputados, como as comunidades tradicionais e o grupo LGBT, enquanto grupos considerados menos progressistas tem sua representação garantida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Anne Karoline Rodrigues Vieira, Universidade de Brasilia

Doutoranda em Ciência Política (UnB) Brasil; Pesquisadora do grupo de pesquisa Resocie – Repensando as relações entre sociedade e Estado. E-mail: annervieira@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3609-7786.

Referências

ALMEIDA, Débora C. R. Representação além das eleições: Repensando as fronteiras entre Estado e sociedade. Jundiaí. Paco Editorial, 2015.

BEZERRA, M. Em nome das “bases”. Política, favor e dependência pessoal. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1999.

CARNES, Nicholas. Does the Numerical Underrepresentation of the Working Class in Congress Matter? Legislative studies quarterly, n. 37, v. 1, fev., 2012.

DOVI, Suzanne Lynn. Moving beyond descriptive representation. p. 27 – 51. In.: DOVI, Suzanne Lynn (2012 [1966]). The good representative. Wiley-Blackwell, 2012.

GRIFFIN, John; NEWMAN, Brian; WOLBRECHT, Christina. A Gender Gap in Policy Representation in the U.S. Congress? Legislative studies quarterly, n. 37, v. 1, fev., 2012.

MANSBRIDGE, J. Should Blacks Represent Blacks and Women Represent Women? A Contingent "Yes". The journal of politics, Vol. 61, No. 3, August, Pp. 628-57, 1999.

_______________. Rethinking representation. American Political Science Review. v. 97, n. 4, p. 515-527, nov., 2003.

MIGUEL, Luís Felipe. Democracia e representação: territórios em disputa. São Paulo: UNESP, 2014.

__________________; FEITOSA, Fernanda. O Gênero do Discurso Parlamentar: Mulheres e Homens na Tribuna da Câmara dos Deputados. DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, Vol. 52, no 1, pp. 201 a 221, 2009.

MILL, J. S. Considerações sobre o governo representativo. Brasília, UnB, 1981.

ORSATO, Andréia; GUGLIANO, Alfredo. A democracia desde a perspectiva de gênero: a representação política feminina na Assembleia Legislativa Gaúcha (1951-2012). 36º Encontro anual da ANPOCS (Associação de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais), em Águas de Lindóia - SP, Brasil, de 21 a 25 de outubro de 2012.

PHILLIPS, Anne. The politics of presence. Oxford University, 1998.

______________. De uma política de ideias a uma política de presença? Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 9, n. 1, p. 268 – 290, 2001.

_____________. Da desigualdade à diferença: um caso grave de deslocamento? Revista Brasileira de Ciência Política, nº 2. Brasília, julho-dezembro, pp. 223-240, 2009.

_____________. O que há de errado com a democracia liberal? Revista Brasileira de Ciência Política, nº 6. Brasília, julho - dezembro, pp. 339-363, 2011.

PINHEIRO, Luana. Vozes femininas na política: uma análise sobre mulheres parlamentares no pós-Constituinte. Brasília: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2007.

PITKIN, H. F. The concept of representation. Berkeley and Los Angeles: University of California, 1967.

_____________. O Conceito de Representação. In: CARDOSO, Fernando Henrique; MARTINS, Carlos Estevam (org.). Política & Sociedade. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1979. v. 2, 1979.

SEVERS, Eline. Representation as claims‐making. Quid responsiveness? Representation, 46:4, 411-423, 2010.

WILLIAMS, M. S. Voice, Trust and Memory: marginalized groups and the failings of liberal representation. Princeton: Princeton University, 1998.

VIEIRA, Anne. Ambição política, perfis de carreira e representação de minorias: o caso da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Revista Teoria & Pesquisa, v. 28, n. 2, 2019, p. 71-100, 2019.

YOUNG, Iris Marion. Justice and the politics of difference. Princeton: Princeton University Press, 1990.

__________________. Inclusion and democracy. Oxford: Oxford University, 2000.

__________________. Representação Política, Identidade e Minorias. Lua Nova, 67, 2006.

Downloads

Publicado

2021-02-17

Como Citar

Rodrigues Vieira, A. K. . (2021). Relação entre representação descritiva e substantiva: o caso da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Argumentos - Revista Do Departamento De Ciências Sociais Da Unimontes, 18(1). Recuperado de https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/argumentos/article/view/3842

Edição

Seção

Artigos