Os eleitores evangélicos são mais conservadores e autoritários?
DOI:
10.46551/issn.2527-2551v21n2p.73-91Palavras-chave:
eleições 2022, conservadorismo, autoritarismo, evangélicos.Resumo
Nas duas últimas eleições presidenciais, em 2018 e 2022, o eleitorado evangélico votou, em sua maioria, para o candidato, Jair Bolsonaro. Muitos autores atribuíram esse padrão à congruência de valores conservadores e autoritários de Bolsonaro e das lideranças evangélicas com as quais ele se aliou. Entretanto, ainda são escassas as pesquisas que analisaram o fenômeno no nível da opinião pública. Os evangélicos são, de fato, mais conservadores e autoritários? A presente pesquisa responde essa pergunta com os dados mais recentes do Estudo Eleitoral Brasileiro de 2022. Os resultados apontam que os evangélicos são mais conservadores que os católicos, outras religiões e ateus, porém não necessariamente mais autoritários.
Downloads
Referências
ALMOND, Gabriel; VERBA, Sidney. The civic culture: political attitudes and democracy in five nations. Princeton: Princeton University Press, 1989 [1964].
BOHN. Simone. Evangélicos no Brasil. Perfil socioeconômico, afinidades ideológicas e determinantes do comportamento eleitoral. Opinião Pública, Campinas, Vol. X, no 2, Outubro, 2004, p. 288-338. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/op/v10n2/22020.pdf>.
BOHN, S. R.. Contexto político-eleitoral, minorias religiosas e voto em pleitos presidenciais (2002-2006). Opinião Pública, v. 13, n. 2, p. 366–387, nov. 2007.
BRANDÃO, C. R. Os deuses do povo . 2ed. São Paulo: Brasiliense, 1986.
CASALECCHI, G. Legado democrático e apoio à democracia na América Latina: evidências e mecanismos explicativos. Curitiba: Editora UFPR, 2018.
CENTRO ECUMÊNICO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO (CEDI). Alternativa dos desesperados: como se pode ler o pentecostalismo autônomo. Rio de Janeiro, 1992.
D’EPINAY, Christian. Religion, dynamique sociale et dépendance: les mouvements protestants en Argentine et au Chili. Paris, Mouton, 1975.
FRESTON, Paul. Protestantismo e política no Brasil: da constituinte ao impeachment. 1993. 307f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP. Disponível em: <http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/279821>.
FUKS, M.; CASALECCHI, G. A.; GONÇALVES, G. Q.; DAVID, F. F. Qualificando a adesão à democracia: quão democráticos são os democratas brasileiros?. Revista Brasileira de Ciência Política, [S. l.], n. 19, p. 199–219, 2016. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/article/view/2366.
FUKS, M.; CASALECCHI, G. A.; RIBEIRO, E. A.. Determinantes contextuais da coesão do sistema de crenças democrático: evidências a partir da América Latina. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 28, p. 7–32, jan. 2019.
GERARDI, D. Parlamentares evangélicos no Brasil: Perfil de candidatos e eleitos a deputado federal (1998–2014). Observatório de Elites Políticas e Sociais do Brasil, v. 3, n. 14, p. 1–18, 2016.
HUNTINGTON, S. P.. The Soldier and the State: The Theory and Politics of Civil-Military Relations. Harvard University Press, 1957.
KING, G; TOMZ, Michael; WITTENBERG, Jason. Making the Most of Statistical Analyses: Improving Interpretation and Presentation. American Journal of Political Science, Vol. 44, No. 2, April 2000, Pp. 341–355.
MARIANO, R e PIERUCCI, A F O. Envolvimento dos pentecostais na eleicao de collor. Novos Estudos Cebrap, v. no 1992, n. 34, p. 92-106, 1992.
MENDONÇA, Antônio. Um Panorama do Protestantismo Brasileiro Atual. In: LANDIM, Leilah (Org.) Sinais dos Tempos: Tradições Religiosas no Brasil, Cadernos do ISER 22, Rio de Janeiro, ISER, 1989.
MOISÉS, J. Á.. Cultura política, instituições e democracia: lições da experiência brasileira. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 23, n. 66, p. 11–43, fev. 2008.
PIERUCCI, Antonio Flávio. Representantes de Deus em Brasília: a bancada evangélica na constituinte. Ciências Sociais Hoje, v. 11, p. 104-132, 1989.
PIERUCCI, Antônio Flávio; PRANDI, Reginaldo. Religiões e voto: a eleição presidencial de 1994. Opinião Pública, Campinas, v. 3, n. 1, p. 32-63, 1995.
PRANDI, R; SANTOS, R. “Quem tem medo da bancada evangélica? Posições sobre moralidade e política no eleitorado brasileiro, no Congresso Nacional e na Frente Parlamentar Evangélica”. Tempo Social, v. 29, n. 2, p. 187–214, 2017. DOI: https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2017.110052.
RUSSO, G. A.; PIMENTEL JUNIOR, J.; AVELINO, G.. O crescimento da direita e o voto em Bolsonaro: causalidade reversa?. Opinião Pública, v. 28, n. 3, p. 594–614, set. 2022.
RENNÓ, L.. Bolsonarismo e as eleições de 2022. Estudos Avançados, v. 36, n. 106, p. 147–163, set. 2022.
RODRIGUES-SILVEIRA, R.; CERVI, E.U. Evangélicos e voto legislativo: Diversidade confessional e voto em deputados da bancada evangélica no Brasil. Latin American Research Review, 2019.