Implantação do sistema de cotas na Unimontes e análise da dependência entre alunos cotistas e não cotistas dos cursos do Centro de Ciências Humanas (CCH)
Implementation of the quota system at Unimontes and analysis of the dependence between quota students and non-quota students in the courses of the Center for Human Sciences (CCH)
Palavras-chave:
Sistema de cotas, dependência, UNIMONTESResumo
A Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES instituiu o sistema de reserva de vagas no ano de 2004, por meio da Lei Estadual 15.259; sendo que o início efetivo do sistema ocorreu no processo seletivo 1/2005. Do total de vagas dos cursos de graduação, 45% foram destinadas às categorias “Afro-descendente carente”, “Egresso de escola pública carente” e “Portador de deficiência e indígena”. A implantação das cotas na Universidade, assim como em outras universidades do País, foi acompanhada de muitas polêmicas e desafios. Um desses desafios diz respeito aos fatores que dificultam a permanência dos alunos cotistas no ensino superior. Entre eles, destacam-se os horários dos cursos, as grades curriculares e a exigência de um coeficiente de rendimento que desconsidera o impacto inicial que o ingresso no ensino superior causa na vida desses alunos (BARBOSA e BRANDÃO, 2007). Esses fatores influenciam o desempenho acadêmico, a ocorrência da reprovação e consequentemente, da dependência. Nesse sentido, o objetivo desse artigo é analisar a sobrevivência dos alunos à dependência nas disciplinas ministradas nos cursos do Centro de Ciências Humanas – CCH, da UNIMONTES (processo seletivo 1/2005). A técnica de análise utilizada foi a Análise de Sobrevivência, adequada a dados longitudinais. Os resultados apontaram que o menor e maior percentual de dependências foi, respectivamente, para os alunos do curso de Pedagogia e do curso de Filosofia. Ao se fazer um recorte segundo as modalidades de ingresso, não foram evidenciadas diferenças significativas nas probabilidades de sobrevivência ao evento, entre os acadêmicos dos diferentes cursos. Contudo, para alguns cursos, os alunos cotistas apresentaram maior tempo e maior probabilidade de sobrevivência à dependência; para outros, maior tempo e maior probabilidade de sobrevivência ao evento foram observados para os alunos não cotistas. Como o perfil do aluno pode ser diferente, conforme o curso, tem-se os diferenciais constatados. O perfil de um aluno cotista do curso de Historia talvez seja diferente do perfil de um aluno cotista do curso de Filosofia, por exemplo. Esse fato pode explicar os resultados obtidos nesse estudo.