Quando será o decolonial? Colonialidade, reparação histórica e politização do tempo
When will the decolonial be? Coloniality, historical repair and politicization of time
DOI:
10.46551/issn.2317-0875v27n2p.58-78Palavras-chave:
colonialidade, reparação histórica, políticas do tempo, historiografia, teoria da históriaResumo
O artigo explora o conceito de colonialidade, com o objetivo de demarcar seus aportes possíveis para o problema das políticas do tempo que orientam os modos de elaboração das experiências históricas sob as mais variadas formas de historiografia, bem como as demandas por reconhecimento e reparação histórica. A discussão vincula-se aos impasses entre universalismos e particularismos, deixados em aberto pela crítica aos fundamentos eurocêntricos de construção do conhecimento histórico, alinhando-se à ideia de que uma guinada decolonial não se efetua sem a crítica aos usos da temporalidade e aos silenciamentos, provocados pela perspectiva historicista que estabelece uma relação de distância irreversível com o passado. O argumento central é o de que a colonialidade, como lógica latente e incômoda que organiza as condições do presente, ao sinalizar uma dívida irreparável do passado, poderia funcionar também como categoria operatória de politização do tempo na ultrapassagem das determinações da história.
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