Espaço igbó: saberes ecológicos de (re)existência nas comunidades de terreiro
Igbó space: ecological knowledges of (re)existence in terreiro communities
DOI:
10.46551/issn.2317-0875v29n2p.10-21Palavras-chave:
Folhas, Ambiente, Candomblé, PerformanceResumo
Das comunidades de terreiros emergem múltiplas percepções assentadas nas relações estabelecidas com o ambiente. Neste sentido partimos das performances-rituais destes territórios para evocam os saberes ecológicos de existência que projetam outros mundos possíveis partindo dos espaços igbó (mato). O estudo de cunho qualitativo e natureza exploratória busca tecer através da oralidade dos povos tradicionais a interlocução entre saberes ecológicos, performances e aprendizagem evidenciando epistemologias que contrapõe a lógica colonial. Salientamos que este texto ousa em sua gênese ofertar um ebó epistemológico que contrapõe perspectivas que negam ao mundo os povos tradicionais de matriz africana, considerando a oralidade como instrumento de performance.
Downloads
Referências
BARROS, J.F.P. A floresta sagrada de Ossaim: o segredo das folhas, Rio de Janeiro, Editora Pallas, 2011, 115 p.
FERDINAND, M. Uma ecologia decolonial: pensar a partir do mundo caribenho, São Paulo: Ubu Editora,2022, 320p.
FILHO, E.A.H. Ecopedagogia no terreiro de candomblé Angola. 2016, 112 p. Dissertação (Mestrado em Educação). Programa de Pós Graduação em Educação. Universidade Federal de Pernambuco, Ceará, 2016.
FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 405 p.
GOLDMAN, M. Formas do saber e modos do ser: observações sobre a multiplicidade e ontologia no Candomblé. Religião e Sociedade, v. 25, p. 102-120, 2005.
MACHADO, V. Exu: o senhor dos caminhos e das alegrias. VI ENECULT: encontro de estudos multidisciplinares em cultura. Salvador – BA, 2010.
MARTINS, L. Performances do tempo espiralar. in RAVETTI, Graciela e ARBEX, Márcia (organizadoras). Performance, Exílio, Fronteiras: Errâncias Territoriais e Textuais. Belo Horizonte: Departamento de Letras Românicas, Pos Lit, FALE/UFMG, 2020, p. 70 - 71.
MEDAETS, C. “Tu garante?”: aprendizagem às margens do Tapajós [online]. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2020, 264 p.
OLIVEIRA, E. Cosmovisão Africana no Brasil: elementos para uma filosofia afrodescendente. 1 ed. Rio de Janeiro: Coleção X (Organização: Rafael Haddock--Lobo) - 1 ed. Rio de Janeiro: Ape'Ku, 2021, p. 25.
OLIVEIRA, A. B. Cantando para os Orixás. 3ª. Ed., Rio de Janeiro: Pallas, 2002, 54
OYĚWÙMÍ, O. A invenção das mulheres: construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero. Trad. Wanderson Flor do Nascimento. - 1. ed - Rio de Janeiro: Editora Bazar do Tempo, 2021. 324 p.
RABELO, M.C.M. Aprender a ver no candomblé. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 21, n. 44, 2015.
RUFINO, et al., Educação Ambiental desde El Sur: A perspectiva da Terrexistência como Política e Poética Descolonial. Revista Sergipana de Educação Ambiental, São Cristovão, v.7. 2020.
RUFINO, L. Pedagogia das Encruzilhadas. Rio de Janeiro, Editora: Mórula,2019,163 p.
RUFINO, L. Pedagogia das Encruzilhadas. Revista Periferia, v.10. 2018.
RUFINO, L. Exu e pedagogia das encruzilhadas. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2017.
SANTOS, et al., Aprendendo com e pelo encantar das folhas. Epistemologias do Sul, v. 7, n.1, p. 46-59, 2023.
SANTOS, J. E.. Os Nagô e a Morte: Pade, Àsèsè e o culto Égun na Bahia. Petrópolis: Vozes, 1993, pp 41-42..
FRANCISCO, J. Espaço das folhas: uma festa, ritos e devoções nas comunidades afro-religiosas. Anais dos Simpósios da ABHR, v. 13, nov. 2012.
SILVA, L.M. Estar com Makaia: povos de terreiro e ecologias das multiplicidades. Epistemologias do Sul, v. 7, n.1, p. 60-73, 2023.
TOLEDO, V.M. La memoria biocultural: la importância ecológica de las sabidurias tradicionales. Barcelona, España. Icaria editorial, 2008. p.232.
YEMONJÁ, M. B. Caroço de dendê - a sabedoria dos terreiros: como ialorixás e babalorixás passam conhecimentos a seus filhos. Rio de Janeiro: Pallas, 2008, pp 67-68.