Atitude muda: o Grupo Um, a produção musical independente e o Lira Paulistana (1976 – 1984)
Speechless attitude: Grupo Um, the musical independent production and the Lira Paulistana (1976 – 1984)
Palavras-chave:
Grupo Um, Vanguarda Paulista, Música Instrumental, Jazz, Lira PaulistanaResumo
A partir de entrevistas com os gestores da carreira do Grupo Um (jazz brasileiro instrumental), este artigo analisa as ações empreendidas pela banda no cenário de transformações da indústria fonográfica brasileira da virada dos anos 1970. Tendo como principal objetivo analisar as contribuições do Grupo Um para a formação da produção musical independente, que emergia nessas décadas, o propósito foi refletir sobre os modos de atuação da banda frente ao novo dinamismo do mercado brasileiro de gravações musicais. Dentre as hipóteses formuladas, destaca-se a relação de intensa proximidade que o jazz brasileiro e a música instrumental tiveram com o surgimento da Vanguarda Paulista e as ações do Lira Paulistana, tal vinculo é geralmente deixado de lado pela historiografia. Assim, a bibliografia sobre o assunto delegou um lugar coadjuvante e secundário as composições de caráter instrumental e jazzístico, cerne da sonoridade não só do Grupo Um, como de outras bandas de fusion brasileiro desse período (Divina Increnca, Pé ante Pé, Metalurgia, Medusa, entre outras). Essa relação se constituiu sobre uma base de tensões com o universo da canção (composições com letra e canto), que também ficou mais alinhado a ideia de Vanguarda Paulista. Tal termo foi criado pela imprensa e se consolidou como o elo para algumas transformações estéticas e experimentações que circulavam pelo Lira Paulistana (em São Paulo no início dos anos 1980) mesmo que a música instrumental e o jazz brasileiro estivessem umbilicalmente presentes nesse contexto.
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