“Zombie”: terrorismo, violência e globalização nas trilhas do sucesso da banda “The Cranberries”
“Zombie”: terrorism, violence and globalization in the success track from “The Cranberries”
DOI:
10.46551/issn.2317-0875v28n1p.99-116Palavras-chave:
terrorismo, violência, globalização, história, videoclipeResumo
O avanço tecnológico, notadamente no século XX, potencializou a criação de armas de destruição em massa que, da “metralha” aos armamentos nucleares, aterrorizou o mundo na Era da Catástrofe -1914-1945, termo empregado pelo historiador Eric Hobsbawm. Com essa mesma perspectiva, os tempos de Guerra-fria (1945-1991) também foram marcados pelo terrorismo, violência e avanço da indústria fonográfica, em que o rock and roll, principalmente no Woodstock de 1969, potencializaram as ações da contracultura com críticas à violência, ao Estado burocrático e ao capitalismo. A partir desse contexto, nos anos 1990, a banda The Cranberries, como a música Zombie, produzida em 1994, procurou criticar o terrorismo, inspirada no atentado de Warrington, na Inglaterra, que matou duas crianças Tim Parry, de 12 anos e Johnathan Ball, de 3 anos. A ação do grupo católico nacionalista IRA, além de inspirar a banda irlandesa, também justifica a análise do videoclipe da canção supracitada para investigarmos a relação da música e produções audiovisuais com o choque de civilização e as ações terroristas que persistiram e se fortaleceram, mesmo com o “apagar das luzes” da Guerra-fria, em 1991.
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