Terras e tradições revolvidas: impactos da construção da UHE de Irapé, nas tradições religiosas, culturais e relações de parentesco dos povos compulsoriamente deslocados para Araras
DOI:
10.22238/rc2448269220181602240259Palavras-chave:
Irapé. Identidade. Parentesco. Assentamento.Resumo
O presente artigo objetiva analisar e discutir algumas repercussões socioculturais, especificamente no que diz respeito às tradições religiosas, culturais, laços de parentesco e identidade coletiva das pessoas realocadas para o assentamento Araras, município de Francisco Sá - MG, decorrentes da construção da Usina Hidrelétrica de Irapé, no Rio Jequitinhonha, entre os municípios de Berilo e Grão Mogol, no Norte de Minas Gerais. O trabalho valeu-se de pesquisas: bibliográfica, exploratória e estudo de caso, com trabalho de campo viabilizado por entrevistas semiestruturadas. Os resultados evidenciaram que no novo lugar, as pessoas experimentaram prejuízo à continuidade de práticas religiosas e comprometimento das tradições culturais e laços de parentesco, além da quebra da identidade coletiva.
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