Desenvolvimento rural e extrativismo: a cadeia produtiva do musgo na comunidade rural André do Mato Dentro, Santa Bárbara/MG
DOI:
10.22238/rc24482692201816010322Palavras-chave:
Desenvolvimento rural. Extrativismo. Musgo. Sustentabilidade.Resumo
O trabalho tem por objetivo refletir sobre desenvolvimento rural a partir de uma perspectiva social, econômica e sustentável em comunidades rurais, tendo por base o extrativismo. No âmbito deste debate foram identificadas potencialidades na comunidade rural André do Mato Dentro, localizada no município de Santa Bárbara, franja metropolitana de Belo Horizonte/MG, a partir da compreensão da cadeia produtiva do musgo verde (Sirrhopodon SP, nome popular “fofão”). A comunidade é constantemente ameaçada pelo avanço das atividades minerárias de grande porte. Estas atividades intimidam o equilíbrio socioeconômico, ambiental e cultural estabelecido pela população fixada na região do Quadrilátero Ferrífero, que abriga biodiversidade endêmica, mananciais d’água de classe especial e diferentes aglomerados humanos. O percurso metodológico escolhido teve apoio na pesquisa qualitativa, para vivenciar o lugar conversando com os moradores de um modo caminhante/conversante conforme Marandola Jr (2014). A análise da atividade extrativista pretende esboçar possíveis formas de organização econômica em André do Mato do Dentro que assegurem o equilíbrio entre a comercialização do musgo e o desenvolvimento rural sustentável, sem perder de vista os valores culturais da comunidade. Para tanto, buscou-se compreender a dinâmica do extrativismo por meio da preservação das áreas de coleta do musgo.
Downloads
Referências
BRASIL. Lei nº 9.985, de 13 de jul. 2000. Regulamenta o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 19 jul. 2000.
CHAMBRERS, Robert e GUIJT, Irene. DRP: depois de cinco anos como estamos agora?... In: Revista Bosques, árvores e comunidades rurais. Quito-EQ, n. 26, mar. 1995, p.4-15.
ELIAS, Norbert & SCOTSON, John L. Os estabelecidos e os outsiders. Sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Zahar ed., 2000.
FOLTZ, Bruce V. Habitar a terra – Heidegger, ética ambiental e a metafísica de natureza. Lisboa: Instituto Piaget, 2000 (Pensamento e Filosofia).
GIRALDO, Omar Felipe. Hacia una ontología de la Agri-Cultura en perspectiva del pensamiento Ambiental. In: Polis-Revista Latinoamericana, Santiago, Chile, 34 | 2013, p.1-19 (Ruralidad y Campesinado).
______. Agroecología y complejidad. Acoplamiento de la técnica a la organización ecosistémica. In: POLIS. Revista Latinoamericana, n.41, 2015.
______. Agroextractivismo y acaparamiento de tierras en América Latina: una lectura desde la ecología política. In: Revista Mexicana de Sociologia, 77, n.4 (oct. dez.), 2015, p.637-662.
HAGUETTE, Teresa Maria Frota. Metodologias Qualitativas na Sociologia, 10 ed. Petrópolis:Vozes, 2005.
MARANDOLA JR, Eduardo José. Habitar em risco: mobilidade e vulnerabilidade na experiência metropolitana. 2008. 265p. Tese (doutorado). Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências, Campinas, 2008.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. 6ª ed. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro:ABRASCO, 1999.
MÜLLER, Geraldo. Complexo agroindustrial e modernização agrária. São Paulo: HUCITEC; EDUC (Estudos Rurais, 10), 1989. 149p.
NAVARRO, Zander. Desenvolvimento rural no Brasil: os limites do passado os caminhos do futuro. Estudos Avançados, 15(43): 83-100, Instituto de Estudos Avançados, USP: 2001.
RAMIRES. J. C; PESSÔA, V. L. N. Geografia e pesquisa quantitativa: nas trilhas da investigação. Org: Júlio César de Lima Ramires; Vera Lúcia Salazar Pessôa. – Uberlândia: Assis, 2009.
ROJAS, Claudia Marcela Orduz. Os conflitos ambientais da serra do Gandarela na perspectiva das comunidades locais. 2014. 186p. Dissertação (mestrado). Instituto de Geociências. Belo Horizonte:UFMG, 2014.
RUEDA Rafael Pinzón. Evolução Histórica do Extrativismo. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/resex/textos/h11.htm. Acessado em 14/01/2008.
SACHS, Ignacy. Estratégias de transição para o século XXI. In: Para pensar o desenvolvimento sustentável. Marcel Bursztyn (org), São Paulo:Brasiliense, 1993. p.29-56
STEIN, Edith - Santa Teresa Benedicta de la Cruz. Escritos filosóficos. Etapa fenomenológica: 1915-1920. Trad. Constantino Ruiz Garrido e José Luis Caballero Bono. Bajo la direcion de Julien Urkisa y Franciso Javier Sancho. Burgos:Monte Carmelo. 2005. V.2, 949p (Obras Completas, II).
TUAN, Yi-fu. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo: DIFEL, 1980.
VERDEJO, M. E. Diagnóstico Rural Participativo: Um guia prático. Secretaria da Agricultura Familiar – MDA. “Documento original elaborado pelo Centro Cultural Poveda”. Gráfica da Ascar – Emater – Rs. Brasília: 2006.
XAVIER, Simón Fernández; DOLORES, Dominguez Garcia. Desenvolvimento rural sustentável: uma perspectiva agroecológica. Revista Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, v.2, n.2 abr/jul. Porto Alegre: 2001.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 Revista Cerrados
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Nesta Revista, os Direitos Autorais para artigos publicados são do(s) autor(es), sendo os direitos da primeira publicação pertecentes à Revista Cerrados. Os artigos são de acesso público, de uso gratuito, de atribuições próprias, de atribuições educacionais e de aplicações não comerciais.