Comunidades remanescentes de quilombos: reflexão sobre territorialidades

Autores

DOI:

10.22238/rc2448269220181601248265

Palavras-chave:

Comunidades Tradicionais. Território. Territorialidade. Remanescentes Quilombolas.

Resumo

Pretende-se discutir neste artigo o processo de territorialidade para formação das comunidades remanescentes de quilombos no Brasil. E, para tanto, fez-se necessário compreender as diversas concepções sobre a categoria Comunidade Tradicional no que tange a perspectivas classificatórias, políticas, jurídicas e territoriais, bem como aos aspectos envolvidos na constituição das Comunidades Remanescentes de Quilombos.  A comunidade tradicional se reconhece pela tradicionalização como estratégia e movimento de luta e resistência em defesa do seu território. O processo de identificação e reconhecimento da comunidade remanescente de quilombo perpassa pela ressemantização do termo “Quilombo” e politização do grupo social na consolidação pelo direito coletivo do território e manutenção do modo de vida. A memória de luta e resistência, as práticas envolvendo a terra, em seu valor de uso para o trabalho e manutenção da cultura, a reciprocidade e as fronteiras simbólicas engendram a territorialidade das comunidades remanescentes de quilombo. São a trajetória da vida cotidiana, as relações estabelecidas pelos sujeitos no lugar - que fazem a sua história - que constroem o processo de territorialidade. O território se constitui, portanto, em uma produção histórica, relacional material e imaterial, e a territorialidade trata da dimensão vivencial e subjetiva, ou seja, do campo experiencial daqueles que vivenciam o processo de territorialização.

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Biografia do Autor

Lilian Maria Santos, Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES, Brasil, Minas Gerais, Brasil.

Possui Graduação em Psicologia pela Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ) e Mestrado em Desenvolvimento Social pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Atualmente é Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES).

Anete Marília Pereira , Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES, Brasil, Minas Gerais, Brasil.

Possui Graduação em Geografia pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Doutorado em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atualmente é Professora do Programa de Pós-Graduação em Geografia do Departamento de Geociências e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social, ambos da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES).

Andréa Maria Narciso Rocha de Paula, Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES, Brasil, Minas Gerais, Brasil.

Possui Graduação em Geografia pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Doutorado em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atualmente é Professora do Programa de Pós-Graduação em Geografia do Departamento de Geociências e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social, ambos da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES).

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Publicado

2018-06-30

Como Citar

SANTOS, L. M.; PEREIRA , A. M. .; PAULA, A. M. N. R. de . Comunidades remanescentes de quilombos: reflexão sobre territorialidades. Revista Cerrados, [S. l.], v. 16, n. 01, p. 248–265, 2018. DOI: 10.22238/rc2448269220181601248265. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/cerrados/article/view/1298. Acesso em: 21 nov. 2024.

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