Entre “cantos” e “batuques”: territórios e territorialidades negro-africanas na cidade de salvador no século XIX

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DOI:

10.22238/rc24482692201917020324

Palavras-chave:

Movimentos de Territorialização. Escravo de ganho. Cantos de trabalho. Batuques. Territorialidades Negras.

Resumo

Propõe-se neste artigo trazer à tona os traços de movimentos de territorialização peculiares, realizados pelos escravos de ganho e crioulos na constituição dos cantos de trabalho e dos batuques de “lazer” espalhados pela cidade de Salvador no século XIX. Acredita-se que tais sujeitos, em outros tempos, tenham alimentado uma complexa rede de articulação multicultural que contribuiu para a formação de territórios de resistência e, consequentemente, para a organização de levantes e insurreições contra o modelo económico vigente, o que em âmbito geográfico torna o debate relevante visto a escassez de fontes acerca das diferentes geograficidades da gente negra no Brasil pré-abolição. Para tanto, delineou-se o debate aqui encaminhado, a partir de estudos bibliográficos inerentes a temática apresentada.

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Biografia do Autor

Emerson Costa de Melo, Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Carangola, Minas Gerais, Brasil.

Possui Graduação em Graduação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), Mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Doutorado em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atualmente é Professor da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG).

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Publicado

2019-07-17

Como Citar

MELO, E. C. de. Entre “cantos” e “batuques”: territórios e territorialidades negro-africanas na cidade de salvador no século XIX. Revista Cerrados, [S. l.], v. 17, n. 02, p. 03–24, 2019. DOI: 10.22238/rc24482692201917020324. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/cerrados/article/view/27. Acesso em: 26 nov. 2024.