A espacialização dos Parques Tecnológicos no estado de São Paulo: Algumas considerações
DOI:
10.46551/rc24482692202218Palavras-chave:
Globalização, Avanços Tecnológicos, Parques Tecnológicos, Estado de São PauloResumo
Nos últimos anos, com a intensificação do processo de globalização e o avanço de novas tecnologias, ocorreram transformações nas dinâmicas e cadeias produtivas, permitindo que alguns autores afirmassem a mudança de uma sociedade industrial para sociedade do conhecimento (CASTELLS, 1999). Neste contexto, que a busca pelo avanço da tecnologia passou a fomentar o mercado capitalista, ocasionando na competitividade de empresas entre diferentes escalas geográficas (local, regional, nacional e global). É nesta perspectiva que surgem os parques tecnológicos, com o objetivo de fomentar a criação de ambientes inovadores, visando à produção e difusão da inovação, seja ela de base tecnológica, com novos produtos e processos, ou de marketing e organizacional, entre outras. No Brasil, com os programas de incentivo à inovação e criação de parques tecnológicos, atualmente há 103 iniciativas (MCTI, 2019), tendo sua concentração no estado de São Paulo. Este artigo tem como objetivo compreender a espacialização dos parques tecnológicos no estado de São Paulo, destacando o papel das redes técnicas, enquanto condições gerais de produção favoráveis à sua implantação, a metodologia utilizada neste estudo pautou-se em pesquisa bibliográfica, documental, com coleta de dados no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações).
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