Logística e urbanização contemporânea: tramas escalares e pares relacionais
DOI:
10.46551/rc24482692202420Palavras-chave:
Infraestruturas, Posicionalidade, Produção das Cidades, Escalas, LogísticaResumo
A reestruturação produtiva iniciada na década de 1970, impulsionada pela globalização e pelo neoliberalismo, transformou as cidades contemporâneas. Essas mudanças resultaram em novas formas de produção do ambiente construído e maior fluidez territorial, introduzindo novos agentes na produção de infraestruturas urbanas. A circulação, fundamental para a acumulação capitalista, exige infraestruturas específicas, refletindo as tensões do capitalismo desigual. As infraestruturas urbanas, ao se fixarem nas cidades, afetam a materialidade e organização urbanas, influenciando preços da terra e localização dos agentes, além de integrar melhor as cidades em redes globais. A produção dessas infraestruturas, muitas vezes espoliativa e orientada por interesses privados, destaca a logística como mediadora crucial nos processos de urbanização. Este texto, baseado em análise bibliográfica, discute a relação entre logística e urbanização contemporânea, focando nas tramas escalares e pares relacionais emergentes, oferecendo uma análise teórica e analítica desses processos.
Downloads
Referências
ACIOLY, C. DAVIDSON, F. Densidade urbana. Um instrumento de planejamento e gestão urbana. Rio de Janeiro: Mauad, 1998.
BARROS, S. F.S. Portos secos e cidades: tramas escalares e dinâmicas espaciais. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2024, 246p.
BARROS, S. F. S. Portos secos e a rede logística brasileira: mediações teóricas sob a perspectiva dos processos escalares. Terra Livre, [S./l.], v. 1, n. 56, p. 56-85, Jan.-Jun./2021.
BRANDÃO, C. A. Espaços estatais dos processos de neoliberalização e as recentes reestruturações regulatórias na Escala Nacional do Brasil. In: SUERTEGARY, D. M; SILVA, C. A.; PIRES, C. L. Z.; PAULA, C. Q. (Orgs.) Geografia e Conjuntura Brasileira. Rio de Janeiro: Consequência, pp. 35-58, 2017.
BRENNER, N. Between fixity and motion: accumulation, territorial organization and the historical geography of spatial scales. Envlroment and Planning D: Society and Space. [S./l.], v. 16, p. 459-481, 1998.
BRENNER, N. Reestruturação, reescalonamento e a questão urbana. GEOUSP -Espaço e Tempo, São Paulo, n. 33, p. 198-220, 2013.
BRENNER, N. Implosions-explosions: towards a study of planetary urbanization. Berlin: Jovis, 2014.
BRENNER, N.; SCHMID, C. Towards a new epistemology of the urban? City, [S./l.], v. 19, n. 2-3, p. 151-182, 2015.
CARAVACA, I. El gran reto de la desigualdad – impactos socioespaciales. Sevilla: Observatorio de Desigualdad Andalucia, 2022.
CASTRIOTA, R. Urbanização planetária ou revolução urbana? De volta à hipótese da urbanização completa da sociedade. Rev. Bras. Estudos Urbanos e Regionais, [S./l.], v. 18, n. 3, p. 507-523, 2016.
CATELAN, M. J. Heterarquia Urbana: Interações espaciais interescalares e cidades médias. São Paulo: Editora UNESP, 2013, 291p.
CORREA, R. L. Processos, formas e interações espaciais. Revista Brasileira de Geografia, [S./l.], v. 61, n. 1, p. 127-134, 2016.
CUPPINI, N. A cidade enquanto sistema logístico. Lugar Comum, [S./l.], n. 52, p. 299-305, 2018.
DARDOT, P.; LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
DINIZ, N.; GONÇALVES, P. P. A cidade dos galpões: dinâmicas e contradições da urbanização. E-metropolis, [S./l.], n. 49, ano 13, p. 6-15, 2022.
FRAGO I CLOLS, L. Logística y reestructuración metropolitana en el área de Barcelona. Scripta Nova Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales, Universitat de Barcelona, Vol XIX, n. 523, p. s/p, 2015.
HALL, P.; CLARK, A. Maritime ports and the politics of reconnection. In: Desfor, G.; Laidley, J.; Stevens, Q.; Schubert, D. (Orgs) Transforming urban waterfronts: fixity and flow. Routledge, 2011.
LEFEBVRE, H. La revolución urbana. Madrid: Alianza, 1976.
LOJKINE, J. O Estado capitalista e a questão urbana. São Paulo: Martins Fontes, 2 ed, 1997.
MORCUENDE, A. Diferenciación y fragmentación socioespacial: la contradicción campo-ciudad como teoría y como método. GEOUSP, [S./l.], v. 25, n. 2, p. 1-19, 2021.
RAIMBAULT, N. Géographie logistique et Géographies urbaines : l’hypothèse de la déconnexion. Travail-Emploi-Formation, [S./l.], n. 12, p. 101-127, 2015.
RAIMBAULT, N. Ancrer le capital dans les flux logistiques: la financiarisation de l’immobilier logistique. Économic Régionale et Urbaine. [S./l.], v. 1, p. 131-154, 2016.
SANTOS, M. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: HUCITEC, 1994.
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo/razão e emoção. São Paulo: HUCITEC, 2004.
SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. Globalização e Geografia: a compartimentação do espaço. Caderno Prudentino de Geografia, [S./l.], n. 18, p. 5-17, 1996.
SHEPPARD, E. The spaces and times of globalization: place, scales, networks and posicionality. Economic Geography, [S./l.], v. 78, n. 3, p. 307-330, 2002.
SILVEIRA, M .R. Circulação, transportes, logística e a dinâmica capitalista: alguns apontamentos sobre as recentes reestruturações no Brasil. In: ARROYO, M.; CRUZ, R. C. A. (Orgs). Território e circulação: a dinâmica contraditória da globalização. São Paulo: Annablume Editora, 2015. p. 51-73.
SOLÀ-MORALES RUBIÓ, I. Terrain vague. In: SOLÀ-MORALES RUBIÓ, I ; Territórios. Barcelona: Gustavo Gili, 2002.
SPOSITO, M. E. B. O chão em pedaços: urbanização, economia e cidades no estado de São Paulo. 2004. 508f. Tese (Livre Docência) –Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente.
SPOSITO, M. E. B. Formas espaciais e papéis urbanos: as novas qualidades da cidade e do urbano. CIDADES, [S./l.], v. 7, n. 11, p. 123-147, 2010.
SPOSITO, M. E. B. O espaço e o tempo como continuidades e descontinuidades geográficas. In: SERPA, A.; CARLOS, A. F. (Org). Geografia Urbana: desafios teóricos contemporâneos. Salvador: EDUFBA, 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Cerrados
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Nesta Revista, os Direitos Autorais para artigos publicados são do(s) autor(es), sendo os direitos da primeira publicação pertecentes à Revista Cerrados. Os artigos são de acesso público, de uso gratuito, de atribuições próprias, de atribuições educacionais e de aplicações não comerciais.