A LITERATURA PARA CRIANÇAS DE LÚCIA MIGUEL PEREIRA - EDUCAÇÃO, MORALISMO E ESTEREÓTIPO FEMININO
DOI:
10.46551/259498102024011Palavras-chave:
Literatura infantil, criança, leitorResumo
Lúcia Miguel Pereira é um importante nome no campo das letras brasileiras. Atuou, até meados do século XX, com vasta produção crítica, historiográfica da literatura e ficcional. A proposta ficcionista foi pouco estudada e difundida pelos críticos e leitores de literatura, aspecto que tem motivado a revisitação desse legado da autora. Composto pelos romances Maria Luísa, Em surdina, Amanhecer e Cabra-cega, narrativas que refletem sobre a condição social da mulher, materializados pela introspecção e pelo teor psicológico, e pelos contos A fada menina, Maria e seus bonecos, Na floresta mágica e A filha do Rio Verde, a prosa de ficção da autora apresenta um olhar voltado para a o lugar da mulher, desde a educação infantil à vida adulta. Porém, ainda que esse acervo ficcional seja destinado, aparentemente, a públicos distintos, em seus textos críticos, Lúcia Miguel (1994) se posiciona na direção de que não há uma literatura para crianças, mas que elas são atraídas por textos que lhes provoquem encantamento. Nesse sentido, o presente texto procura apresentar e discutir esse posicionamento da autora, já nos primeiros anos do século XX, quando a mesma evidencia certa preocupação com a educação moral e os estereótipos femininos comuns na tradição da literatura infantil daquele tempo. Para essa reflexão, apoiar-nos-emos nos textos publicados pela autora em jornais e revistas das décadas de 30 até os anos 50, em estudos críticos e teóricos sobre a história da literatura infantil de autores como Gisele Fadigas Machado (2011), Cecília Meireles (1979), dentre outros.
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Referências
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