ANÁLISE DA DESIGUALDADE DE RENDA NOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE MINAS GERAIS EM 2000 E 2010: UMA ABORDAGEM A PARTIR DA ANÁLISE EXPLORATÓRIA DE DADOS ESPACIAIS (AEDE)
Resumo
Resumo: O presente estudo tem como objetivo analisar a distribuição espacial do Índice de Gini nos municípios do estado de Minas Gerais nos anos 2000 e 2010. Foi utilizada a metodologia de Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE). A variável utilizada foi o coeficiente de Gini. Os dados foram obtidos junto a plataforma Atlas do Desenvolvimento Humano e foram analisados no software de estatística e econometria espacial, GeoDa. Os indicadores utilizados neste trabalho foram o I de Moran, utilizado para a verificação da autocorrelação espacial e o Local Indicator of Spatial Association – LISA, usado para a identificação da existência de clusters espaciais. O mapa de desvio-padrão possibilitou observar que, no período de uma década, ocorreu a redução da desigualdade de renda nos municípios mineiros, pois o coeficiente de Gini médio passou de 0,54 em 2000 para 0,47 no ano de 2010. O I de Moran Global mostrou que há autocorrelação espacial negativa nos dois períodos analisados, sugerindo que os municípios com elevada concentração de renda não estavam cercados por vizinhos na mesma situação e as unidades com baixa concentração de renda não necessariamente estavam rodeadas por municípios com baixa concentração. Através da análise do LISA, foi possível verificar que as regiões do estado de Minas que obtiveram maior concentração de renda foram a Central Mineira e a Metropolitana de Belo Horizonte. No que diz respeito às mesorregiões com menor concentração de renda chegou-se as mesorregiões do Oeste de Minas e Sul/Sudoeste de Minas, Noroeste de Minas e Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba se destacaram.
Palavras-chave: Análise Exploratória de Dados Espaciais; Autocorrelação espacial; Cluster espacial; Desigualdade de renda; Minas Gerais.
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