Racionalidade e Vieses: Por que o investidor avesso ao risco não faz boas escolhas?

Autores

DOI:

10.46551/epp2024v12n0206

Palavras-chave:

Aversão ao risco; Finanças comportamentais; Escolha de ativos financeiros; Caderneta de Poupança.

Resumo

Este trabalho traz uma discussão sobre a racionalização da escolha de investimentos para o investidor representativo brasileiro de perfil conservador. Em contraponto, discutiu-se os vieses das finanças comportamentais que limitam os investidores de tomarem decisões de investimento eficientes. Para isso, utilizou-se da análise de dados sobre as escolhas dos investidores brasileiros em 2021 e da comparação da série de rentabilidade dos ativos Caderneta de Poupança com ativos indexados à Selic e ao CDI para o período entre 2015 e 2022. Como resultado, observou-se que a Caderneta de Poupança, que teve rentabilidade real negativa no período, não foi um investimento eficiente em relação ao trade-off entre risco e retorno. Além disso, existem vieses comportamentais que afastam o investidor de tomar decisões de investimento racionais. Conclui-se que para aprimorar a escolha de investimento, faz-se necessário o estudo tanto da teoria tradicional financeira quanto do estudo das finanças comportamentais, mesmo que estas tenham abordagens opostas sobre o modo de escolha do indivíduo.

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Biografia do Autor

Felipe Massafera, Universidade Federal de Juiz de Fora

Possui graduação em Interdisciplinar em Ciência e Economia pela Universidade Federal de Alfenas (2018) e graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Alfenas (2019). Mestre em Economia Aplicada e doutorando em Economia pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Tem experiência na área de Economia com ênfase em Finanças.

http://lattes.cnpq.br/0767017426784689

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Publicado

07-11-2024

Como Citar

Massafera, F. (2024). Racionalidade e Vieses: Por que o investidor avesso ao risco não faz boas escolhas?. Revista Economia E Políticas Públicas, 12(2), 109–135. https://doi.org/10.46551/epp2024v12n0206