BRASIL DO “MILAGRE” E “ANTIMILAGRE” ECONÔMICO: A SAÍDA DA CRISE DE 1980 NA INTERPRETAÇÃO DE IGNÁCIO RANGEL
DOI:
10.46551/epp2021918Abstract
Esse artigo analisa a interpretação que Ignácio Rangel fez da crise econômica brasileira dos anos 1980 e a conclusão a que chega: a necessidade de conceder os serviços de utilidade pública à iniciativa privada como alternativa para sair da maior e mais prolongada crise desde o início da industrialização do país. Segundo Rangel, as mudanças institucionais entorno da concessão viabilizariam a transferência de recursos ociosos presentes no Departamento I (indústria pesada) para a área estrangulada da economia brasileira, os serviços de utilidade pública. Desse modo, criaríamos um forte aparelho de intermediação financeira capaz de levantar e orientar esses recursos ociosos no desenvolvimento do país. Mais do que isso, essa alternativa representaria, na sua interpretação, a última etapa da substituição industrial de importações e a consolidação do capitalismo brasileiro. No entanto, o que assistimos foi a implantação de um modelo que dificultou a continuidade das transformações pelas quais a economia brasileira vinha passando. A partir da sua interpretação do capitalismo brasileiro, Rangel desenvolveu um diagnóstico e propôs uma intervenção, mas a história desenrolou-se na contramão do que ele propunha.
Palavras-Chave: Ignácio Rangel; Recursos ociosos; Concessões; Serviços de utilidade pública; Crise econômica.
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