DESIGUALDADE E TRIBUTAÇÃO DE RENDIMENTOS NO BRASIL E DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO DAS EMPRESAS
DOI:
10.46551/epp2021933Resumen
O artigo apresenta indicadores da grande desigualdade de rendimentos pessoais no Brasil comparativamente a outros países. Associa-se a parte maior do total desses rendimentos – constituída pelos rendimentos pessoais gerados no conjunto das empresas capitalistas que produzem bens e serviços – à distribuição do valor adicionado gerado nestas empresas entre salários e rendas de propriedade. Estas rendas constituem parcela dos rendimentos dos “mais ricos”, a qual tende a ser tanto maior quanto maiores são estes rendimentos. Essa distribuição do valor adicionado é analisada teoricamente e ilustrada com dados para o Brasil (das Contas Nacionais). A parte desse valor adicionado das empresas constituída por lucros (que é uma das rendas de propriedade, no caso, propriedade de capital por seus sócios) e que é distribuída como rendimentos pessoais é objeto de discussão relativa ao fato de que, no Brasil (como exceção no mundo), ela é isenta do imposto sobre rendimentos pessoais (de “pessoas físicas”) – o que está em vias de ser mudado pela reforma ora (julho 2022) em andamento no Congresso, que é comentada no artigo. Também é discutida a baixa progressividade de tal imposto no Brasil, em dissonância com uma política pública visando a redução da grande desigualdade de rendimentos pessoais.
Palavras-chave: desigualdade de rendimentos, tributação de rendimentos, distribuição de valor adicionado, tributação de lucros, progressividade.
Descargas
Citas
ATKINSON, A. The economics of inequality. 2. ed. Oxford: University
Press, 1983.
CHANCEL, L.; PIKETTY, T.; SAEZ, E.; ZUCMAN, G. et al. World Inequa-lity Report 2022. World Inequality Lab, https://wir2022.wid.world
DOBB, M. Theories of value and distribution since Adam Smith. Cam- bridge: University Press, 1973.
HOWARD, M. Modern theories of income distribution. London: Mac- millan, 1979.
KALDOR, N. Alternative theories of distribution. Review of Economic Studies, vol.23, 1955.
KALECKI, M. Theory of economic dynamics. 2. ed. New York: Kelley, 1969.
MACEDO, L. Exploração capitalista e desigualdade de renda. Montes Claros: Ed. Unimontes, 2020.
MARX, K. O capital. Livro I. São Paulo: Abril Cultural, 1983 e 1985. vol.I, tomos 1-2.
MORGAN, M. Falling inequality beneath extreme and persistent con- centration: new evidence for Brazil combining national accounts, sur- veys and fiscal data, 2001-2015. WID. world Working Paper Series, no. 2017/12, august 2017.
PIRES, M.; ORAIR, R. & GOBETTI, S. A quem interessa não tributar dividendos? Folha de São Paulo, 09/06/22.
REIS, G. Federalismo e finanças municipais no Brasil: uma análise es- pacial. 415 f. Tese (Doutorado) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Geografia. Belo Horizon- te, 2016.
RICARDO, D. Principles of Political Economy and taxation. Cambridge: University Press, 1951.
RUAS, R. “Imposto de renda da pessoa física no Brasil: um estudo sobre progressividade tributária e implicações na desigualdade”. Monografia de Bacharelado em Economia na Universidade Estadual de Montes Claros, 2019.
SLEMROD, J., org. Tax progressivity and income inequality. Cambridge: University Press, 1994.
SMITH, A. An inquiry into the nature and causes of the wealth of nations. Livro I. Oxford: University Press, 1976. vol. I
WOOD, A. A theory of profits. Cambridge: University Press, 1975. [trad. para o português: . Uma teoria de lucros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.]
WORLD INEQUALITY REPORT 2022. Vide CHANCEL et al.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Revista de Economía y Políticas Públicas
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Os trabalhos publicados não serão remunerados em hipótese alguma.
O (s) autor (es), ao submeterem o trabalho à análise, automaticamente cedem os direitos de publicação à Revista, em sua versão eletrônica. e/ou impressa (A revista também será impressa e depositada em algumas bibliotecas de referência) licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY-NC-ND 4.0).
Os autores dos trabalhos aprovados NÃO terão direito a qualquer exemplar da edição em que constar sua publicação, pois trata-se de versão eletrônica.
Serão aceitos trabalhos com, no máximo, três autores.
Todos os casos não previstos serão analisados e decididos pelo Conselho Editorial que, dentre outras atribuições, ficará encarregada de informar aos autores da possibilidade da publicação, contra os quais não caberá recurso.