JOHN MAYNARD KEYNES E A TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Resumo
Resumo: Para além da natureza e da dinâmica das economias monetárias domésticas, pode-se inferir dos desenvolvimentos teóricos de Keynes um conjunto de ideias acerca do funcionamento das relações internacionais, bem como diretrizes para a constituição de uma ordem mundial baseada na coordenação das políticas econômicas entre os países. Entende-se que tais elementos são suficientes para eleger Keynes como um teórico das Relações Internacionais (RI). No entanto, a ausência de um debate sólido e a carência de trabalhos acadêmicos sobre o tema indicam que a proximidade entre a teoria keynesiana e a Teoria das Relações Internacionais é relegada a segundo plano ou até mesmo negligenciada. Por meio de uma revisão teórica, este artigo procurou superar essa lacuna. Verificou-se que, ao analisar a dinâmica da realidade internacional de sua época e, ao mesmo tempo, propor uma administração racional das interações entre os países, Keynes superou o impasse entre realistas e idealistas que marcou o nascimento das RI como um corpo teórico independente. Tal conclusão justifica a importância de novas leituras de sua obra sob a perspectiva internacional.
Palavras-chave: Keynes, paradigmas das Relações Internacionais, políticas econômicas multilaterais.
Downloads
Referências
BELLUZZO, L. G. M. O declínio de Bretton Woods e a emergência dos mercados globalizados. Economia e Sociedade, Campinas, n. 4, p. 11-20, jun. 1995.
BELLUZZO, L. G. M. Utopias monetárias e a realidade do dólar. Folha de São Paulo, São Paulo, p. B2, 19 dez. 2004.
BRAILLARD, P. Teorias das Relações Internacionais. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1990.
CARDOSO, F. G.; LIMA, G. T. A concepção de Keynes do sistema econômico como um todo orgânico complexo. Economia e Sociedade,
Campinas, v. 17, n. 3, p. 359-381, dez. 2008.
CARR, E. H. Vinte Anos de Crise (1919-1939): uma introdução ao estudo das relações internacionais. 2ª ed. Brasília: UnB, 2001. (Clássicos IPRI).
CATÃO, L. Do Tratado sobre Probabilidade à Teoria Geral: o conceito de racionalidade em Keynes. Revista de Economia Política, v. 12, n. 1, p. 60-75, jan./mar. 1992.
CHANG, H.-J. Chutando a escada: a estratégia do desenvolvimento em perspectiva histórica. São Paulo: Editora UNESP, 2004.
DILLARD, D. The Theory of a Monetary Economy. In: KUHIHARA, K. (Org.). Post Keynesian Economics. Rutgers University Press, 1954, p. 3-30.
FERRARI FILHO, F. A moeda internacional na economia de Keynes. Ensaios FEE, Porto Alegre, v. 15, n. 1, p. 98-110, 1994.
FERRARI FILHO, F.; TERRA, F. H. B. As disfunções do capitalismo na visão de Keynes e suas proposições reformistas. Revista de Economia
Contemporânea, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 271-295, mai/ago. 2011.
FERRARI FILHO, F.; TERRA, F. H. B. Keynesian economic policies: reflections on the Brazilian economy, 1995-2009. CEPAL Review, n.
, p. 111-126, dez. 2012.
HALLIDAY, F. Repensando as relações internacionais. 2ª ed. Porto Alegre: UFGRS, 2007.
KEYNES, J. M. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. São Paulo: Nova Cultural, 1996. (Coleção Os Economistas).
KEYNES, J. M. As consequências econômicas da paz. Brasília: UnB, 2002. (Clássicos IPRI).
MORGENTHAU, H. J. Política entre as nações: a luta pelo poder e pela paz. Brasília: UnB, 2003. (Clássicos IPRI).
NOGUEIRA, J. P.; MESSARI, N. Teoria das Relações Internacionais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
PECEQUILO, C. S. Introdução às relações internacionais: temas, atores e visões. Petrópolis: Vozes, 2004.
SCHMIDT, B. C. The political discourse of anarchy: a disciplinary History of International Relations. Albany: State University of New York
Press, 1998.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2015 Revista Economia e Políticas Públicas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os trabalhos publicados não serão remunerados em hipótese alguma.
O (s) autor (es), ao submeterem o trabalho à análise, automaticamente cedem os direitos de publicação à Revista, em sua versão eletrônica. e/ou impressa (A revista também será impressa e depositada em algumas bibliotecas de referência) licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY-NC-ND 4.0).
Os autores dos trabalhos aprovados NÃO terão direito a qualquer exemplar da edição em que constar sua publicação, pois trata-se de versão eletrônica.
Serão aceitos trabalhos com, no máximo, três autores.
Todos os casos não previstos serão analisados e decididos pelo Conselho Editorial que, dentre outras atribuições, ficará encarregada de informar aos autores da possibilidade da publicação, contra os quais não caberá recurso.