A objetividade matemática e o relativismo na Educação Matemática

Autores

DOI:

10.24116/emd25266136v2n42018a01

Palavras-chave:

Educação Matemática, Objetividade, Relativismo

Resumo

Este texto objetiva discutir o relativismo na Educação Matemática e suas consequências para a aprendizagem, principalmente quando a objetividade da Matemática é colocada em suspeição, ao considerar que a produção do conhecimento é relativa a cada cultura, sociedade e indivíduo. Para tanto, a partir de um ensaio teórico, analisamos a relação entre relativismo, ciência e Educação Matemática. Refletindo sobre a formação de sujeitos capazes de compreender a realidade de maneira cada vez mais elaborada, apontamos a Matemática escolar como instância socializadora dos conhecimentos sistematizados. Nossa análise busca evidenciar que a objetividade sempre esteve presente na construção da ciência e, nesse sentido, destacamos a objetividade da Matemática na filosofia da linguagem, esclarecendo como está entrelaçada com a linguagem, permitindo um conhecimento objetivo do mundo, contribuindo, a nosso ver, para o debate a respeito da valorização do saber escolar, em particular o matemático, tão importante para o desenvolvimento de qualquer sociedade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

ALBERT, Michael. Science, Post modernism and the Left. Z Magazine, v. 9, n. 7/8, p. 64-69, jul./ago. 1996.

AUTHIER-REVUZ, Jacqueline. Palavras incertas: as não-coincidências do dizer. Campinas: Editora da Unicamp, 1998.

ÁVILA, Geraldo. Várias faces da Matemática: tópicos para licenciatura e leitura geral. São Paulo: Edgard Blucher, 2011.

AZAMBUJA, Monique Teixeira. O uso do cotidiano para o ensino de Matemática em uma escola de Caçapava do Sul. 2013. 32f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Ciências Exatas) – Universidade Federal do Pampa. Caçapava do Sul.

BARRETO, André Assi. Pós-Modernismo em xeque: Alan Sokal e Jean Bricmont em imposturas intelectuais. Griot – Revista de Filosofia, Amargosa, v. 5, n.1, p. 154-165, jun. 2012.

CARDOSO, Clodoaldo Meneguello. Fundamentos para uma Educação na Diversidade. Unesp, 2009.

CAVEING, Maurice. Le problème des objets dans la pensée mathématique. Paris: Librairie Philosophique J. Vrin, 2004.

CUNHA, Antônio Gerwittaldo da. Dicionário etimológico da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2007

DUARTE, Newton. A educação escolar e a teoria das esferas de objetivação do gênero humano. Revista Perspectiva, Florianópolis, v. 11, n. 19, p. 67-80, 1993. DOI: 10.5007/%25x.

DUARTE, Newton. O debate contemporâneo das teorias pedagógicas. In: MARTINS, Lígia Márcia; DUARTE, Newton (Org.). Formação de professores: limites contemporâneos e alternativas necessárias. São Paulo: EdUNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010, p. 33-49.

GHYS, Étienne. Sem matemática não há como desenvolver um país. Época (on line). Disponível em https://epoca.globo.com/educacao/noticia/2017/07/etienne-ghys-sem-matematica-nao-ha-como-desenvolver-um-pais.html; acesso em 6 nov. 2017.

FACCI, Marilda Gonçalves Dias. Valorização ou esvaziamento do trabalho do professor? Um estudo crítico-comparativo da teoria do professor reflexivo, do construtivismo e da psicologia vigotskiana. Campinas: Autores Associados, 2004.

GIARDINETTO, José Roberto Boettger. A Matemática em diferentes contextos sociais: diferentes matemáticas ou diferentes manifestações da matemática? Reflexões sobre a especificidade e a natureza do trabalho educativo escolar. In: 25ª REUNIÃO ANUAL DA ANPEd, 2002, Caxambu. Anais da 25ª Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, 2002, p. 1-15.

GLOCK, Hans-Johann. Dicionário de Wittgenstein. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.

GOTTSCHALK, Cristiane Maria Cornelia. O sentido formativo da matemática – uma perspectiva humanista. In: Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, 2009, p. 1-20.

GRANGER, Gilles-Gaston. A ciência e as ciências. São Paulo: Editora Unesp, 1994.

GRANGER, Gilles-Gaston. Língua e sistemas formais. In: SUMPF, Joseph; GRANGER, Gilles-Gaston; BOUVERESSE, Jacques; GAUVIN, Jacques. Filosofia da linguagem. Tradução de Manuel Reis. Coimbra: Livraria Almedina, 1973, pp. 139-171.

GRANGER, Gilles-Gaston. O formal e o transcendental na Matemática. Tradução de Cláudio Roberto Bauzys. Estudos Avançados, São Paulo, v. 4, n. 10, p. 151-158, set./dez. 1990. DOI: 10.1590/S0103-40141990000300007.

GRANGER, Gilles-Gaston. O pensamento simbólico, lógica e filosofia das ciências. São Paulo: Melhoramentos, 1995.

GRANGER, Gilles-Gaston. Por um conhecimento filosófico. São Paulo: Papirus, 1989.

HERMANN, Nadja. Educação e diversidade. Roteiro, Joaçaba, v. 39, p. 13-24, 2014.

LANNES, Wagner. A incompletude além da matemática: impactos culturais do teorema de Gödel no século XX. São Paulo: Annablume, 2012.

MACHADO, Nilson José. Matemática e Educação: alegorias, tecnologias, jogo, poesia. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2012.

MARSIGLIA, Ana Carolina Galvão. O tema da diversidade na perspectiva da pedagogia histórico-crítica. In: MARSIGLIA, Ana Carolina Galvão; BATISTA, Eraldo Leme (Org.). Pedagogia Histórico-Crítica: desafios e perspectivas para uma educação transformadora. Campinas: Autores Associados, 2012, p. 109-146.

MEDEIROS, Robson André Barata. Novas pedagogias e Educação Matemática. 2016. 282f. Tese (Doutorado em Educação em Ciências e Matemática) – lnstituto de Educação Matemática e Científica, Universidade Federal do Pará. Belém.

MENEGHETTI, Fracis Kanashiro. Tréplica – o que é um Ensaio-Teórico? Tréplica à professora Kazue Saito Monteiro de Barros e ao Professor Carlos Osmar Bertero. Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, v. 15, n. 2, p. 343-348 mar./abr. 2011. DOI: 10.1590/S1415-65552011000200013.

MEYER, João Frederico da Costa de Azevedo; CALDEIRA, Ademir Donizetti; MALHEIROS, Ana Paula dos Santos. Modelagem em Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

MIKLA, Hamdi. La contribuition de Maurice Caveing dans la mise au jour de l’universalisme omniculturel des mathématiques. In: COLLOQUE HUMANISMES, MATHÉMATIQUES, POSITIVISMES. Peyresq, France, 2007.

NIETZSCHE, Friedrich. Para além de bem e de mal. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

OGLIARI, Lucas Nunes. A Matemática no cotidiano e na sociedade: perspectivas do aluno do ensino médio. 2008. 147f. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemática) – Escola de Ciências, Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre.

OLIVEIRA, Wagner Teles. Wittgenstein e o pragmatismo. Ideação, Feira de Santana, n. 24, v. 1, p. 33-48, jan./jun. 2011.

PIETROCOLA, Maurício. Construção e realidade: o realismo científico de Mário Bunge e o ensino de ciências através de modelos. Investigações em Ensino de Ciências, v. 4, n. 3, p. 213-227, 1999.

SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Capinas: Autores Associados, 2003.

SCHMITZ, François. Wittgenstein, la philosophie et les mathématiques. Paris: PUF, 1988.

SILVEIRA, Marisa Rosâni Abreu da. Linguagem matemática e linguagem natural: interpretação de regras e de símbolos. In: VI CONGRESO IBEROAMERICANO DE EDUCACIÓN MATEMÁTICA. 2009, Puerto Montt. Actas del VI CIBEM. Puerto Montt: Universidad de Los Lagos, 2009.

SOKAL, Alan; BRICMONT, Jean. Imposturas intelectuais: o abuso da ciência pelos filósofos pós-modernos. Rio de Janeiro: BestBolso, 2014.

SOUZA, Maria Celeste Reis. Gênero e matemática(s): jogos de verdade nas práticas de numeramento de alunas e alunos da educação de pessoas jovens e adultas. 2008. 317f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Da certeza. Lisboa: Edições 70, 2000.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações filosóficas. Tradução de José Carlos Bruni. São Paulo: Nova cultural, 1999.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Observaciones sobre los fundamentos de la Matemática. Madrid: Alianza Editorial, 1987.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

01-04-2018

Como Citar

SILVEIRA, M.; TEIXEIRA JUNIOR, V.; SILVA, P. A objetividade matemática e o relativismo na Educação Matemática. Educação Matemática Debate, Montes Claros, v. 2, n. 4, p. 9–30, 2018. DOI: 10.24116/emd25266136v2n42018a01. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/emd/article/view/55. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos