HEIDEGGER E A ONTOLOGIA DA ARTE
Resumo
Fundamentalmente comprometida com a questão ontológica, a tese central da meditação heideggeriana apresentada em A Origem da Obra de Arte diz que a arte revela de maneira particular, a verdade daquilo que é. Deste modo, à semelhança de Ser e Tempo, que é uma ontologia fundamental, este escrito “estético” de Heidegger pode ser considerado como “uma ontologia da arte em seu sentido estrito”. A leitura que ora propomos do referido ensaio tem como horizonte de compreensão uma dupla experiência: o retiro do ser e o esquecimento da diferença. A leitura por nós aqui aventada persegue uma hipótese de compreensão que defende a idéia de que ao discutir a questão da essência da obra de arte, Heidegger visava trazer à linguagem a “diferença” no intuito de nomear a mesma por intermédio de uma escuta, a escuta da fala da linguagem, que nos fala através do poema, “o falado em estado puro”. Acompanhar como Heidegger desenvolve essa “ontologia da arte” e tentar ver como a diferença é aí nomeada , será nosso objetivo.