O cinema como metodologia para uma prática de ensino de filosofia
Palavras-chave:
Ensino de filosofia. Cinema. Criação. Pensamento. Prática de ensino.Resumo
As conversações deste artigo visam focar como trabalhar a filosofia articulada ao cinema no Ensino Médio, além de pensar as condições - favoráveis ou não - ao estudante, para a promoção da interatividade e do pensamento crítico para, dessa forma, superar as dificuldades relacionadas ao processo do pensar filosófico. Além disso, o artigo tem a intenção de investigar as imagens cinematográficas como prática metodológica de ensino-aprendizagem aplicada à disciplina de filosofia, no âmbito escolar da educação básica regular com base no pensamento do filósofo Gilles Deleuze. Buscamos neste artigo fazer o encontro entre a filosofia, o cinema e a educação. Seguindo o pensamento deleuziano, a filosofia em conjunto com o cinema, indo ao encontro da educação, vem desenvolver uma metodologia prática do ensino de filosofia na educação básica, pois, ambas podem desenvolver na educação o processo de problematizar o pensamento e dar ao estudante secundário a capacidade de ler as imagens e desenvolver o pensamento e também dando-lhe instrumentos para que ele possa desenvolver a capacidade de criar conceitos conforme pensou Deleuze e Guattari na obra O que é a Filosofia?. Não obstante, ao fazer o encontro da filosofia com o cinema, não propomos fazer com que a filosofia interprete o cinema, mas que a filosofia trabalhe e pense com o cinema na sala de aula. Desse modo, pensar o ensino de filosofia seguindo o pensamento deleuziano é entender que o cinema, assim como a filosofia, é também um grande criador de conceitos, pois este proporciona a tradução dos conceitos em termos audiovisuais. Nas palavras do filósofo “o próprio cinema é uma nova prática das imagens e signos, cuja teoria a filosofia deve fazer como prática conceitual” (DELEUZE, 2007, p. 332).
Downloads
Referências
ASPIS, Renata Lima e GALLO, Silvio. Ensinar Filosofia: um livro para professores. São Paulo: Ed. Atta Mídia e Educação, 2009.
AUMONT, Jacques. A Estética do Filme. Tradução: Maria Appenzeller. Campinas: Papirus, 2012.
CARDOSO, Luís Miguel. Literatura e Cinema: Vergílio Ferreira e o espaço do indivizível. Lisboa, Edições 70, 2016.
SILVA, Alexandre Rocha da e COSTA, Rafael Wagner dos Santos. Peirce na trilha deleuzeana: a semiótica como intercessora da filosofia do cinema. Intercom – Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, São Paulo, v. 33, nº 1, jan./jun. 2010, p. 169-187. Disponível em: <http://www.portcom.intercom.org.br/revistas/index.php/revistaintercom/
article/view/152 >. Acesso em: 09 ago. 2019.
DELEUZE, Gilles. Cinema II: A Imagem-Tempo. Tradução: Eloísa de Araújo Ribeiro. Revisão Filosófica: Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Ed. Brasiliense, 2007.
______________. O que é o ato de criação? Dois regimes de Loucos. Tradução de Guilherme Ivo; edição preparada por David Lapoujade; revisão técnica de Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: Editora 34, 2016, p. 332-343.
______________. Proust e os signos. Tradução: Antônio Piquet e Roberto Machado. 2ª ed. Rio de Janeiro, Ed. Forense Universitária, 2006a.
______________. Diferença e repetição. Tradução: Luiz Orlandi e Roberto Machado. 2ª ed. Rio de Janeiro, Ed. Graal, 2006b.
_____________ e GUATTARI, Félix. O que é a filosofia?. Tradução: Bento prado Jr. E Alberto Alonso Muñoz. 2ª ed. 1ª remp. São Paulo: Ed. Editora 34, 1997.
_____________. Conversações, 1972-1990. Tradução: Peter Pál Pelbart. 1ª ed. 7ª remp. Rio de Janeiro, Ed. 34, 1992.
DUARTE, Rosália. Cinema & Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
EZCURDIA, José. O autômato espiritual na filosofia de Espinosa implicações de uma ontologia imanentista no plano do conhecimento científico. Tradução Homero Santiago. São Paulo, Cadernos Espinosanos - USP, nº 24, p. 11-33, 2010. Disponível em <https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2010.89416>. Acesso em: 09 ago. 2019.
FUSARI, José Cerchi. A Linguagem do cinema no currículo do ensino médio: um recurso para o professor. TOZZI, Devanil. (org.) Caderno de Cinema do Professor: dois. São Paulo: Secretaria da Educação, Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE, 2009, p. 32 a 45.
GALLO, Silvio. Deleuze e a Educação. 3ª ed.; 1ª remp. Belo Horizonte: Ed. Autêntica, 2016.
KLAMMER, C. R. et al. Cinema e educação: possibilidades, limites e contradições. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA CULTURAL, 3., 2006, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC, 2006, p. 872 a 883. Disponível em: <http://www.fae.ufmg.br/setimaarte/images/pdf/cinema-e-educac3a7c3a3o possibilidades-limites-e-contradic3a7c3b5es.pdf>>. Acesso em: 09 ago. 2019.
LA SALVIA, André Luis. Problemas de uma pedagogia do conceito: pensando um ensino de filosofia. Rio de Janeiro: Ed. Livros Ilimitados, 2016.
LEVY, Lia. O Autômato Espiritual: A subjetividade moderna segundo a ética de Espinosa. Porto Alegre: Ed. L&PM, 1998.
NAPOLITANO, Marcos. Cinema: experiência cultural e escolar. TOZZI, Devanil. (org.) Caderno de Cinema do Professor: dois. São Paulo: Secretaria da Educação, Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE, 2009, p. 10 a 31.
PARENTE, André. O cinema do pensamento. Paisagem, Cidade e Cybercidade. Gilles Deleuze uma Vida Filosófica. ALLIEZ, Eric (org.). Tradução: Ana Lúcia de Oliveira. São Paulo: Editora 34, 2000. p. 535-543
SILVA, Josineide Alves. Cinema e educação: o uso do filme na escola. Revista Intersaberes, vol. 9 nº 18. Julho a Dezembro 2014, p. 361-374. Disponível em: <https://www.uninter.com/intersaberes/index.php/revista/article/viewFile/642/421>. Acesso em: 09 ago. 2019.
STAM, Robert. Teoria e prática da adaptação: da fidelidade à intertextualidade. Revista Ilha do Desterro, nº 51. Julho a Dezembro 2006, p. 19-53. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/desterro/issue/view/653>. Acesso em: 09 ago. 2019.
TAVARES, Gonçalo M. A maquina de Joseph Walser. São Paulo: Ed. Companhia das Letras, 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Revista Poiesis
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.