TEORIA CRÍTICA HOJE: COMO PENSAR A EMANCIPAÇÃO EM RELAÇÃO À PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E À CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES

Resumo

O trabalho exposto busca identificar novas abordagens da Teoria Crítica em relação a temas relevantes para o seu histórico de investigação teórica, concentrado na questão da emancipação e seu relacionamento com a democracia e o capitalismo. Com objetivo de pensar a construção de sujeitos contemporâneos críticos, o artigo trata a teoria da esfera pública de Jürgen Habermas e a visão feminista anticapitalista de Nancy Fraser para refletir as possibilidades de realização de um horizonte
social justo, igualitário e emancipado. Através da noção de autonomia e protagonismo dos sujeitos, o debate em torno da participação política e da construção das identidades sociais é apresentado como meio de constatação ambivalente, revelando tanto a crise do sistema capitalista em seu formato neoliberal e a possibilidade de oposição à dominação através da representação de ações humanas revolucionárias e capazes de transformação da realidade contemporânea. A visão filosófica através da lente do movimento feminista sugerida em Fraser é abordada a partir de sua possível complementação
e crítica da esfera pública habermasiana para, em seguida, explorar o papel do capitalismo como instrumento e estrutura de dominação social em todas as suas formas de manifestação ao longo da história da humanidade. As crises percebidas nas esferas do meio ambiente, com as mudanças climáticas e aumento do número de refugiados climáticos, da democracia, com ascensão de muitos grupos antidemocráticos na política mundial, e identidade, com afunilamento das pautas de gênero,
raça, etnia e sexualidade, evidenciam a própria crise do sistema capitalista como um todo. Dessa forma, compreender como a emancipação pode ter suas fronteiras abertas para realização na realidade contemporânea passa pela investigação desses fenômenos próprios de sua época atual.