A RETOMADA DA FENOMENOLOGIA NA ONTOLOGIA HEIDEGGERIANA
Keywords:
Fenomenologia; Hermenêutica da compreensão; Dasein; OntologiaAbstract
Quando Heidegger propõe seu projeto de uma ontologia fenomenológica como uma maneira de investigar as possibilidades de desvelamento do ser e traze-lo, novamente enquanto uma questão fundamental para a filosofia, podemos dizer que de certa maneira que tal empreitada já se apresentava na filosofia de Edmund Husserl. No espírito de sua máxima “voltar às coisas mesmas”, Husserl inaugura de certo modo a volta ao problema do ser. No entanto, Heidegger permanecerá fiel a proposta de Husserl ao recolar a fenomenologia não mais como uma atitude filosófica, mas tão somente como um método? É na tensão da fenomenologia ser entendida por Heidegger como uma ontologia da compreensão que nosso texto se encaminhará em uma proposta reflexiva acerca da volta da questão do ser enquanto problema fundamental. Enquanto Husserl buscava na ideia fenomenológica uma luz para pensar não apenas a filosofia mas as ciências como uma questão de ciência de rigor pelo método fenomenológico, Heidegger se utiliza da fenomenologia tão somente como um caminho seguro de interpretação e exposição da questão do ser, que ao seu ver, foi esquecido pela tradição em prol da metafísica. Podemos dizer que o projeto filosófico de Husserl era uma evidente ontologia que visava a uma universalidade do sujeito transcendental, pela noção de consciência pura. Tomaremos cuidado em enfatizar tal hipótese, pois ainda tratamos nesse texto do Husserl das Meditações cartesianas e presente na via estática, sem conhece-lo pela via genética. A pergunta então é, se Husserl almejava com sua fenomenologia atingir uma universalidade e a ideia de conhecimento pura com a noção de consciência de, qual a maneira que Heidegger encontraria para se manter fiel aos princípios fenomenológicos de Husserl uma vez que a fenomenologia e a consciência para ele não podem atingir o núcleo do problema do ser como sua filosofia almeja?