RESISTÊNCIA E IDENTIDADE: UMA LEITURA DO GUETO E DO CASO DREYFUS A PARTIR DO PENSAMENTO DE HANNAH ARENDT
Keywords:
Resistência; Pluralidade; Questão judaica; Hannah ArendtAbstract
Pensar a resistência e a identidade no contexto da questão judaica nos leva a considerar a vida
no gueto e a tensão entre o assimilacionismo e a resistência a esse. Aqui emerge o papel do
parvenu e do paria rebelde. A vida no gueto, antes do campo de concentração, foi à
experiência de pária mais flagrante na estrutura de perseguição aos judeus. Neste, emergia os
que se negavam a essa situação e os que sucumbiam a ela. No interior do gueto, duas trilhas
se colocavam como opção; a da resistência ou da resignação passiva diante do horror.
Ampliando o contexto, ilustra bem nosso tema, o caso Dreyfus e todo aparato de Estado
usado para incriminá-lo. Nesse emblemático caso, visualizamos a postura de resistência e
enfretamento realizado por Bernard Lazare, que Hannah Arendt destaca como luz em tempos
sombrios, isto é, como uma biografia que optou por ir de encontro à injustiça e não ceder à
tentação do silêncio covarde ou da assimilação fugidia. A questão de fundo que ressoa nossa
problemática é: diante da situação de opressão a resistência é a saída ou deve-se sucumbir à
assimilação? Seguindo os passos de Hannah Arendt procuramos compreender que no espaço
público cabe o exercício da resistência, uma vez que esse é agônico e mantém-se aberto a esse
proceder. Elegemos como metodologia a pesquisa bibliográfica já consagrada nos estudos de
filosofia.