JUSTIÇA REPRODUTIVA, DECOLONIALIDADE E RELIGIÃO: ALGUNS APORTES TEÓRICOS PARA UM COMEÇO DE CONVERSA
Abstract
O conceito de justiça reprodutiva tem ganhado visibilidade nos últimos tempos. Criado e cunhado por mulheres negras, bem como a interseccionalidade, o mesmo possui uma potência decolonial importante, pois denuncia a existência de um sistema que nega o acesso aos corpos racializados à saúde e a auto-determinação reprodutiva, elaborando uma crítica pertinente à concepção dos direitos reprodutivos. É fato que temáticas voltadas para a sexualidade e reprodução ainda se apresentam como um tabu na sociedade brasileira, que é significativamente influenciada pela cosmovisão religiosa cristã. Neste breve artigo, apresento alguns aportes teóricos, para um início de conversa, sobre como o conceito da justiça reprodutiva, ao descolonizar as bases liberais individualistas dos direitos reprodutivos, pode oferecer uma possibilidade para a construção de trabalhos de base em comunidades onde mulheres em situação de vulnerabilidade e que frequentam espaços religiosos estão inseridas.
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