RONALDO MUÑOZ, WITNESS, ARTISAN AND THEOLOGIST OF LIBERATION IN CHILE: THEOLOGICAL MARGINALITY AND A SAMARITAN CHURCH.

Abstract

Este artigo procura posicionar e destacar o maior expoente da Teologia da
Libertação no Chile, Ronaldo Muñoz Gibbs (1933-2009). Por um lado, destaca-se uma forma de fazer
teologia, que foi tematizada sob a noção de marginal; e, por outro lado, desenvolve algumas das
intuições teológicas e eclesiológicas fundamentais da sua produção. O testemunho do teólogo chileno
é um relato de uma profunda experiência kenótica de vida, mas também na sua forma de entender o
ofício de fazer teologia, a que aqui chamei artesanal. Esta arte, ao serviço das comunidades e das
necessidades dos pobres, levou Ronaldo a ocupar um lugar outro a nível eclesial, vital e teológico;
produzindo teologia e servindo pastoralmente a partir das margens. A sua experiência da Igreja e naIgreja dos pobres permitiu-lhe desenvolver uma profunda reflexão eclesiológica, que é considerada
uma das maiores contribuições para a Teologia da Libertação. Hoje é seguro dizer que muitas das suas
intuições eclesiológicas estão presentes nas figuras da Igreja propostas pelo Papa Francisco e na sua
tão almejada transformação estrutural. A Teologia da Libertação continua a dar frutos no presente e a
ser um pensamento e uma práxis necessária e urgente para andar no caminho de Jesus no meio dos
pobres e da sua teologia. Assim, este capítulo passa em revista alguns dos principais trabalhos do
teólogo, bem como entrevistas e a minha própria relação com Ronaldo, a fim de posicionar o seu
testemunho teológico e a relevância da sua eclesiologia.