A TEOLOGIA LATINO-AMERICANA DA LIBERTAÇÃO E O PARADIGMA DECOLONIAL
Resumen
O presente artigo visa refletir sobre a trajetória de atuação da Teologia da Libertação. Buscase apresentar um panorama analítico, que parte de seu surgimento na década de 1960 e se estende até as suas configurações atuais. O objetivo é compreender como o movimento teológico, político e pastoral se estruturou e vem se articulando nos âmbitos brasileiro e latino-americano e quais problemas tem motivado a sua organização e intervenção na sociedade. Postula-se aqui, que dentre os seus desdobramentos no campo epistêmico está a institucionalização das ciências da religião no Brasil, bem como que seus pressupostos ideológicos e práticos inspiraram as reflexões do grupo de estudos Modernidade/Colonialidade, que tem como mote central a luta anticolonial. Contextualiza-se que, com o passar do tempo a Teologia da Libertação ampliou o seu escopo de reflexão e ação, pois seu engajamento antes voltado preferencialmente pelos pobres foi atualizado, passando a angariar novos sujeitos socioculturais, temáticas e demandas, que por sua vez, se alinham à perspectiva dos paradigmas decolonial e intercultural. Defende-se que, no que diz respeito ao campo religioso, a junção da Teologia da Libertação com o paradigma decolonial/ intercultural corrobora para o reconhecimento e fortalecimento do pluralismo, além do combate à intolerância e aos fundamentalismos, comprometendo-se com o fomento do diálogo inter-religioso. Tal postura que associa teoria e prática é encarada como uma estratégia de enfrentamento às lógicas opressoras ocidentais, responsáveis por infligirem processos de colonialidade do poder, do saber e do ser. A discussão que se propõe é amparada por uma ampla revisão bibliográfica, contando com a leitura de obras de teólogos, cientistas da religião e demais pensadores das ciências humanas.
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