O EGO FEITICEIRO E A ILUSÃO MÁGICA
Palabras clave:
Sartre; reflexão; passividade; Ego; fenomenologia.Resumen
O Ego, tal como Sartre o concebe, é compreendido como um objeto intencional de tipo
muito específico; um objeto que é constituído pela consciência - como produto da modificação
reflexiva operada sobre a vivência irrefletida - mas ele carrega consigo a origem de um engano: ele
nos engana sobre sua própria existência, aparecendo como se já estivesse lá anteriormente à reflexão.
Mas no que consistiria este engano? E o que motivaria a consciência a enganar-se sobre si própria? Se
outorgarmos à consciência reflexiva um poder constitutivo, como poderíamos ainda assegurar um teor
de confiabilidade à reflexão como metodológico privilegiado da fenomenologia? Este artigo tem por
objetivo descrever fenomenologicamente como a consciência constituiria este objeto de tipo
específico, perscrutando o que estaria na origem deste autoengano operado pela consciência.
Iniciaremos por descrever a estrutura da consciência em seus diversos graus (irrefletida, refletida,
reflexiva). Em seguida, apresentaremos como o Ego é constituído a partir desta modificação estrutural
operada pela reflexão, e por fim, descreveremos como a consciência é capaz produzir uma ilusão sobre
ela mesma, enganando a si própria sobre sua constituição – mascarando para si mesma sua própria
indeterminação ontológica, e apreendendo a si mesma na condição de objeto para a reflexão. Para isto,
utilizaremos como texto principal A transcendência do Ego¸ Jean-Paul Sartre, fazendo eventuais
recursos à sua ópera magna O ser e o nada, bem como a comentadores canônicos da tradição, como
Flajoeliet, Correbyter, e ao célebre artigo de Gurwitsch sobre esta temática, em vista de aprofundar
questões lacunares na obra do próprio autor.
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Citas
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