EDITORIAL

Prezados(as) leitores(as),

O ano de 2020 nos trouxe muitos desafios e nos forçou a ampliar os sentidos que atribuímos a diferentes esferas da nossa vida. O avanço da pandemia da COVID-19, o distanciamento e o isolamento social, os saberes e os direitos sociais em disputa, somados, ainda, a todo descalabro político e econômico potencializaram as nossas tantas fragilidades. Tudo isso impactou sobremaneira o cotidiano acadêmico, que padece, pois, por limitações de várias ordens.  

Diante tantos percalços enfrentados, a Revista Desenvolvimento Social (RDS), periódico vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social da Universidade Estadual de Montes Claros (PPGDS/Unimontes), sente-se exitosa em lançar mais uma edição, a última de 2020, mantendo, assim, a sua periodicidade.

Seguimos aperfeiçoando o nosso fluxo editorial, a nossa repercussão em diferentes níveis, sem olvidar de melhorias técnicas tão caras ao funcionamento de qualquer revista. Neste último semestre tivemos alguns avanços, dentre os quais destacamos: a) a criação de nossas redes sociais virtuais – notadamente Instagram e Facebook – a fim de manter a interação com autores, pareceristas e leitores; b) a produção de evento para lançar o dossiê publicado na última edição (v. 26, n. 1, 2020); c) a inclusão de DOIs nos artigos, e d) a obtenção de novos indexadores, com destaque para o AmeliCA, que ampliarão a nossa conexão com instituições e pesquisadores de outros países.

Após estas considerações, retornamos para o nosso foco, qual seja, a edição atual. O volume 26, número 2, referente aos meses julho-dezembro de 2020 traz a publicação do dossiê intitulado “Movimentos sociais, sofrimento e conflito: por uma escuta que potencialize a luta”, organizado por Paulo Beer e Pedro Oliveira Obliziner, ambos pesquisadores ligados ao Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise da USP. O conjunto de textos, segundo os organizadores, evidenciam não apenas sofrimentos e conflitos, as contradições, os paradoxos, mas também a potência e a necessidade do combate coletivo ao racismo, à desigualdade, à segregação e à violência social em suas diversas formas.

Para dar conta de tais questões, o dossiê conta com seis artigos que trazem notáveis contribuições aos estudos sobre movimentos sociais. São eles: 1) “Abrindo brechas: a construção de formas alternativas de justiça em diálogo com a saúde mental”, de Victor Barão Freire Vieira, Pedro Oliveira Obliziner e Anita Vaz; 2) “Os estudados e a psicanálise em movimentos sociais”, de Cristiane Izumi Nakagawa, Danielle Teixeira Gimenes, Fabio Carezzato, Paulo Antonio de Campos Beer e Yuri Nishijima Azeredo; 3) “As faces opressoras de uma prática dogmática - lacunas entre as construções acadêmicas e as estruturas vigentes na clínica”, de Gabriel Martins Lessa, Isabela Zeato Passos, João Luis Sales Sousa, Pablo Kaique Angelin Godoi e Yasmin Gabrielly Gomes dos Santos; 4) “Roda terapêutica das pretas: uma proposta de escuta clínico-ético- política para mulheres negras periféricas”, de Ana Carolina Barros Silva; 5) “CAPS II Caismental Centro: a construção de um CAPS II no processo da reforma psiquiátrica brasileira”, de Nilson Sibemberg; e 6) “Miséria, dialética e libertação”, de David Pavón Cuéllar e Ian Parker, com tradução Paulo Beer.

Além do dossiê, a presente edição conta, ainda, com cinco artigos avulsos, a saber, “O cartaz #elenão como etiqueta comunicacional e de insurgência: reflexões sobre agência e mobilizações em rede”, de autoria de Gustavo Souza Santos; “Descentralização da gestão financeira da educação básica: reflexões a partir do contexto do município do Lubalo (Angola)”, de João Uarinhenga e Rosenilton Silva de Oliveira; “Desafios freireanos: democracia, violências e práxis dialógica na contemporaneidade”, de Silvana Bezerra de Castro Magalhães; “Devoções Santeiras em Minas Gerais “, de João Valdir Alves de Souza; e ainda “Mortalidade infantil em municípios da microrregião da Serra Geral, Minas gerais: uma série histórica entre 2008-2016”, de Warlleis Souza Santos, João Victor Leite Dias e Herton Helder Rocha Pires. Por fim, mas não menos importante, a edição também apresenta duas resenhas de obras caras às Ciências Sociais e Humanas.

Desejamos a todos(as) um excelente 2021 repleto de esperanças. E, claro, uma boa leitura deste presente número. Até a próxima!

Giancarlo Machado,

pela equipe editorial