A CASA COMO UM MICROCOSMO: IMPÁCTOS SOCIAIS NA COMUNIDADE GIGANTE/ BOTUMIRIM-MG

Autores

  • Leila Ribeiro Rodrigues
  • Ana Paula Glinfskoi Thé

Palavras-chave:

Casa- Processos Sociais, Impactos Sociais

Resumo

Este artigo tem como base uma pesquisa etnográfica e busca apreender o modo de apropriação dos
espaços da casa ao longo dos processos sociais vividos por uma Comunidade Tradicional veredeira,
em consonância com os impactos sociais recorrentes a implantação da Barragem de Irapé e às
restrições do uso dos recursos naturais do território tradicional. A comunidade pesquisada, Gigante,
localiza-se no município de Botumirim - MG, e embora não tenha sido inundada pelas águas
represadas da barragem de Irapé, sofreu impacto social relevante a partir do reassentamento de duas
das principais comunidades com as quais estabelecia relações de casamento. A moradia representa
para essas comunidades um elemento peculiar que as diferencia das outras, ao mesmo tempo em que
são desenvolvidas várias estratégias para conciliarem elementos tradicionais às exigências do modo de
produção urbano, que atualmente constitui-se como o discurso hegemônico. Os vários saberes
adquiridos ao longo de várias gerações contribuíram para que a moradia retratasse nas técnicas
utilizadas em sua construção, elementos de tempos distintos representadas pelas adequações sofridas
em função de novas concepções de apropriação do espaço. Essas transformações resultam em
dinâmicas históricas que alteram a percepção do espaço em sua forma prática e simbólica. Essa
mudança de percepção das pessoas em relação aos espaços da moradia é que estrutura esse trabalho,
bem como condiciona as análises dos processos sociais vividos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGECO, 2012. “Votorantim investe U$ 3 bi em mineração no Norte de Minas Gerais”. Associação dos Geólogos de Goiás. Publicado 07 de março de 2012. Disponível em: http://www.ageco.org.br/teste/index.php/2011-06-30-23-44-03/129-votorantim-investe-us-3-bi-em-mineracao-no-norte-de-mg.
BARRETO FILHO, Henyo Trindade. “Populações Tradicionais: Introdução à Crítica da Ecologia Política”. In Worshop Sociedades Caboclas Amazônicas: Modernidade e Invisibilidade. Parati, RJ, 2001 (mimeo)
BOURDIEU, P.Les Sens Pratiques.Paris: Les Editions Minuit, 1980
BRANDÃO, C. R. Texto de metodologia. Belo horizonte: SEPLAN, 1981. MG II: Seminário preparatório para coleta de dado para elaboração de plano de intervenção, (mimeo).
______________. Tempos e Espaços na Comunidade Rural: a visita de um antropólogo à Geografia. Texto elaborado para a Palestra de Abertura do II Encontro de Grupos de Pesquisa-Agricultura e Desenvolvimento regional e transformações sócio-espaciais - CD dos Anais.Uberlândia,2006.
COSTA, J.B. de A. Cultura sertaneja: A Conjunção de Lógicas Diferenciadas. In: SANTOS, G.R. dos (org).Trabalho, cultura e sociedade no norte/nordeste de Minas .Montes Claros:BEST,1997.
_____________. Os Guardiões das Veredas do Grande Sertão. Brasília: IPHAN; FUNATURA, 2005 (mimeo).
DIEGUES, A. C. e ARRUDA, Rinaldo S.V. Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. Brasília: Ministério de Meio Ambiente, 2001.
HERÉDIA, BEATRIZ MARIA ALÁSIA DE. A Morada da Vida: trabalho familiar de pequenos produtores do Nordeste do Brasil.
LITTLE, Paul E. Territórios Sociais e povos Tradicionais no Brasil: por uma antropologia da territorialidade. Brasília, 2002.
DIEGUES, A.C. O mito moderno da natureza intocada. 5ª ed.São Paulo:Hucites, 2004.
DIEGUES, A.C. e ARRUDA, Reinaldo S.V. Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. Brasília: Ministério de Meio Ambiente, 2001.
DOUGLAS, Mary. Pureza e Perigo. São Paulo: Perspectiva, 1976. Coleção Debate: Antropologia.
GEERTZ, C., A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1989.
__________, O saber Local: Novos ensaios em antropologia interpretativa. Tradução de Vera Melo Joscelyne. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
LUZ de OLIVEIRA, Cláudia. Vazanteiros do Rio São Francisco: um estudo sobre populações tradicionais e territorialidade no Norte de Minas Gerais. Belo Horizonte: UFMG, 2005, pp. 26-44, Dissertação de Mestrado.
MOURA, Margarida Maria. Os herdeiros da terra:parentesco e herança numa área rural. Editora Hucitec.São Paulo, 1978.
PARAJULI, Pramod. Ecological Ethnicity in the Making: Developmentalist Hegemonies and Emergent Identities in India. In: Identities, Vol. 3(1-2), 1996, pp. 15-59.
PIERSON, Donald. O Homem do Vale do São Francisco. Rio de Janeiro: Ministério do Interior/Superintendência do Vale do São Francisco. 1972, Tomo II.
RODRIGUES, Maria Flávia Ribeiro. Concepções de Tempo e Espaço na Comunidade Negra Agreste. Pesquisa de monografia. UNIMONTES, Montes Claros, 2008.
TURNER, V. Floresta de Símbolos – aspectos do ritual Ndembu; tradução de Paulo Gabriel Hilu da Rocha Pinto. Niterói: Editora da UFF, 2005.
WOORTMANN, E. F. Da complementariedade á dependência: a mulher e o ambiente em comunidades “pesqueiras” no nordeste - In: Série antropológica. Brasília : Unb, 1991.
WOORTMANN, E. F. Herdeiros Parentes e Compadres. São Paulo: Hucitec; Brasília: Ed. UNB,1995.

Downloads

Publicado

2020-03-26

Como Citar

RIBEIRO RODRIGUES, L. .; PAULA GLINFSKOI THÉ, A. . A CASA COMO UM MICROCOSMO: IMPÁCTOS SOCIAIS NA COMUNIDADE GIGANTE/ BOTUMIRIM-MG. Revista Desenvolvimento Social, [S. l.], v. 1, n. 5, p. 5–28, 2020. Disponível em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/rds/article/view/1612. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos avulsos