A CASA COMO UM MICROCOSMO: IMPÁCTOS SOCIAIS NA COMUNIDADE GIGANTE/ BOTUMIRIM-MG
Palavras-chave:
Casa- Processos Sociais, Impactos SociaisResumo
Este artigo tem como base uma pesquisa etnográfica e busca apreender o modo de apropriação dos
espaços da casa ao longo dos processos sociais vividos por uma Comunidade Tradicional veredeira,
em consonância com os impactos sociais recorrentes a implantação da Barragem de Irapé e às
restrições do uso dos recursos naturais do território tradicional. A comunidade pesquisada, Gigante,
localiza-se no município de Botumirim - MG, e embora não tenha sido inundada pelas águas
represadas da barragem de Irapé, sofreu impacto social relevante a partir do reassentamento de duas
das principais comunidades com as quais estabelecia relações de casamento. A moradia representa
para essas comunidades um elemento peculiar que as diferencia das outras, ao mesmo tempo em que
são desenvolvidas várias estratégias para conciliarem elementos tradicionais às exigências do modo de
produção urbano, que atualmente constitui-se como o discurso hegemônico. Os vários saberes
adquiridos ao longo de várias gerações contribuíram para que a moradia retratasse nas técnicas
utilizadas em sua construção, elementos de tempos distintos representadas pelas adequações sofridas
em função de novas concepções de apropriação do espaço. Essas transformações resultam em
dinâmicas históricas que alteram a percepção do espaço em sua forma prática e simbólica. Essa
mudança de percepção das pessoas em relação aos espaços da moradia é que estrutura esse trabalho,
bem como condiciona as análises dos processos sociais vividos.
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