Formação docente, gênero e diversidade sexual: elementos para o debate

Resumo

Este artigo apresenta reflexões sobre o papel do educador buscando compreender de que maneira pode ocorrer o enfrentamento das questões de gênero no âmbito da escola. Para isso, compreende-se a educação como uma práxis humana construída historicamente por homens e mulheres, como uma forma de construção e reconstrução dos sujeitos num movimento contínuo. Aponta-se a perspectiva dialógica, estudada por Paulo Freire, como instrumento de combate ao preconceito e a partir desta, busca-se refletir sobre a dimensão ideológica do ato de ensinar. Sendo assim, a compreensão da realidade em sua totalidade pode facilitar o entendimento do preconceito de gênero que se multiplica na escola e como este pode ser enfrentado. Nesta direção, a escola como importante espaço de socialização dos sujeitos pode contribuir para reforçar os comportamentos dominantes machista, patriarcais e heteronormativo. Assim, compreende-se que enquanto não for abordado na construção social e histórica do homem, o debate de gênero e diversidade sexual no cotidiano da escola, fica enfraquecida a formação de educadores e educandos, reforçando comportamentos discriminatórios. O professor, em uma perspectiva do trabalho e da formação docente pode privilegiar práticas e condutas não discriminatórias que apontem para emancipação, tendo como base a formação de professores e professoras reflexivos/as. Além do exposto, acrescenta-se ao papel do professor, considerações sobre o espaço que este ocupa e como a organização do mesmo pode influenciar e/ou determinar sua atuação na escola.