TERRA E LIBERDADE: O DESLOCAMENTO DE GRUPOS DE PARENTES NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX E A FORMAÇÃO DO CAMPESINATO NA ZONA FRIA DO MUNICÍPIO DE PEÇANHA - MG
Palavras-chave:
Ancestralidade, Comunidades camponesas tradicionais, Mata do Peçanha, Serro FrioResumo
O presente artigo tem como objetivo a apresentação de elementos empíricos e dados históricos que permitem interpretar os fatores econômicos e sociológicos que concorrem para a explicação do deslocamento de grupos de parentes da região do Serro Frio para a região da Mata do Peçanha na primeira metade do século XX. Buscou-se por meio do presente trabalho compreender determinado período do processo de mudança agroambiental na região a partir do deslocamento populacional e formação do campesinato. Como recorte temático, abordaram-se as configurações produtivas e fundiárias do último quartel do século XVIII ao primeiro quartel do século XX. O estudo permitiu concluir que o acesso à terra representava, no contexto de deslocamento, a possibilidade de autonomia dos trabalhadores pobres mestiços e negros, descendentes diretos ou não de trabalhadores escravizados, que após a abolição continuaram submetidos ao grande domínio territorial e à violência que o caracterizava. Em suma, o deslocamento significava a possibilidade de mobilidade social e formação de relações econômicas e sociais que desafiassem a subordinação histórica.
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