Reflexões sobre o espaço urbano na pandemia, a partir do bairro Major Prates, em Montes Claros-MG
DOI:
10.46551/issn2179-6807v27n1p74-97Palavras-chave:
Espaço Urbano, Major Prates, Citadinos, Resistência, PandemiaResumo
O presente trabalho buscou analisar a formação do bairro Major Prates, na cidade de Montes Claros – MG, e suas características contemporâneas, levando em consideração seu caráter paradoxal, intensificado no contexto pandêmico. Por um lado, apresenta uma rede complexa de serviços e comércios, especulação imobiliária e disputas espaciais, por outro, uma articulação do urbano e do rural, revelando tradições e modos astuciosos de construir suas dinâmicas e sociabilidades. O estudo foi realizado a partir de uma combinação metodológica de pesquisa bibliográfica e observação direta. A primeira etapa procurou analisar a articulação do bairro com a cidade, em relação ao planejamento urbano, ressaltando o papel de subcentro e o caráter de resistência presente nas práticas socioespaciais dos citadinos. A observação direta ocorreu em horários e dias diferentes do mês de dezembro de dois mil e vinte, buscando identificar e analisar ações e comportamentos que demonstrem as estratégias de resistência realizadas no âmbito cotidiano, nos espaços que tem interface com a rua. Pretendeu-se, com isso, fomentar reflexões mais críticas sobre o espaço público, pois, além de desempenhar importantes papéis democráticos, é o palco no qual se realiza a vida urbana, o respiro da rotina, o encontro, e, principalmente, a diversidade.
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