“Quem vai querer saber da minha história?”: Refletindo sobre decolonialidade com adolescentes na socioeducação em internação a luz de estudos raciais
“Who will want to know my story?”: Reflecting on decoloniality with adolescents in socioeducation in the light of racial studies
DOI:
10.46551/issn2179-6807v29n2p94-113Palavras-chave:
Socioeducação, Decolonialidade, Interseccionalidade, Educação RacialResumo
A intencionalidade desta escrita é a de contribuir para o crescimento da discussão sobre decolonialidade com adolescentes. A partir de autores que discutem a temática, deseja-se aqui exemplificar através de plano de aula realizado com adolescentes internos do Departamento de Gestão e Ações Socioeducativas do Estado do Rio de Janeiro (DEGASE), como é emergente pensar um olhar decolonial com adolescentes. Este trabalho pretende refletir não apenas a partir de autores que são considerados no campo, como Palermo (2005), mas também trazer tensionamentos de Segato (2021) que pensa a colonialidade como uma das ferramentas principais para o encarceramento da população negra. Por fim, pretende-se mostrar os efeitos que a abordagem sobre a temática teve nas concepções dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas de internação, sobre raça, classe e gênero a partir do conto “Rolézim” do escritor Geovani Martins (2018). Através da compreensão teórica destes e de outros autores citados ao longo do artigo, somando a experiência prática em sala de aula, será possível perceber que entender e aplicar decolonialidade na atuação enquanto educadores e intelectuais, que pensam nas desigualdades presentes no tecido social, fará com que seja possível construir ensinamentos sobre interseccionalidade e letramento racial com a juventude marginalizada no Brasil.
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Referências
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