TERRITÓRIOS ÉTNICOS ANCESTRAIS: COSMOPOLÍTICAS DA NATUREZA
ANCESTRAL ETHNIC TERRITORIES: COSMOPOLITICS OF NATURE
DOI:
10.46551/issn2179-6807v30n2p73-91Palavras-chave:
Cosmopolíticas da Natureza., Territórios Étnicos Ancestrais, Justiça Socioambiental, Urbanidade Florestal., Cartografia Social.Resumo
Este artigo investiga como as cosmopolíticas da natureza e os territórios étnicos ancestrais oferecem novas perspectivas para a justiça socioambiental e a urbanidade. Enfatiza-se a importância de integrar saberes indígenas e tradicionais nas discussões sobre urbanização e desenvolvimento sustentável, destacando a relação simbiótica entre natureza e seres humanos como alternativa às abordagens hegemônicas e capitalistas, que veem a natureza como mercadoria. A cartografia social é apresentada como ferramenta de resistência, permitindo que comunidades indígenas e tradicionais se apropriem do espaço e construam territórios conforme suas cosmologias. O conceito de "urbanidade florestal" propõe uma reconfiguração das cidades, inspirada nas práticas indígenas de coabitação harmoniosa com a natureza. O artigo também discute como as práticas culturais e espirituais dessas comunidades são frequentemente ignoradas em políticas de conservação, resultando em conflitos socioambientais, especialmente em áreas protegidas. No entanto, a integração de conceitos como o "Bem Viver" e a valorização de sítios naturais sagrados são apontados como caminhos para cidades mais justas e ambientalmente equilibradas. Ao final, o texto conclui que reconhecer os territórios étnicos ancestrais e suas cosmopolíticas como formas legítimas de produção de conhecimento pode transformar a urbanidade, promovendo justiça social, equidade ambiental e sustentabilidade.
Downloads
Referências
ACSELRAD, Henri (org.). Cartografias sociais e território. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, 2008. 168 p. (Coleção Território, Ambiente e Conflitos Sociais, n. 1).
ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de; NOVA CARTOGRAFIA SOCIAL DA AMAZÔNIA. Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia. Manaus: Universidade do Amazonas, 2005. Disponível em: http://novacartografiasocial.com.
BENZEEV, Rayna et al. Formalizing tenure of Indigenous lands improved forest outcomes in the Atlantic Forest of Brazil. PNAS Nexus, v. 2, n. 1, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1073/pnasnexus.pgac287. Acesso em: 14 set. 2024.
BHUSHAN, Chandra. A Mountain of Conflict: India’s Battle to Save Niyamgiri Hills. Nova Deli: Centre for Science and Environment, 2013.
BODISATVA. Terra é de Nhanderu. Revista Bodisatva, [S.l.], 2022. Disponível em:
https://bodisatva.com.br/terra-e-de-nhanderu/. Acesso em: 09 set. 2024.
BOYD, David R. The Rights of Nature: A Legal Revolution That Could Save the World. Toronto: ECW Press, 2017.
CALVO, Daniela. O terreiro de candomblé como espaço de construção do sagrado e de materialização da memória ancestral. REVER: Revista de Estudos da Religião, v. 19, n. 2, p. 253-270, 2019.
CANÇADO, Wellington. Urbanidades de outras naturezas. In: COSTA, G.; COSTA, H.; VELLOSO, R.; MONTE-MÓR, R. (Org.). Teoria e práticas urbanas: caminhos. 2. ed. Belo Horizonte: Cosmópolis, 2024. 2 v.
DE LA PEÑA, Guillermo. Territorio y ciudadanía étnica en la nación globalizada. Desacatos, n. 1, p. 1-16, 1999.
DE SOUSA, Adriano Amaro. Território e identidade: elementos para a identidade territorial. Caderno Prudentino de Geografia, v. 1, n. 30, p. 119-132, 2008.
GUDYNAS, Eduardo. Buen Vivir: today's tomorrow. Development, v. 54, n. 4, p. 441–447, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.1057/dev.2011.86.
HARAWAY, Donna. Ficar com o problema: fazer parentes no Cthuluceno. São Paulo: Editora n-1, 2023.
HARLEY, J. B. Deconstructing the map. Cartographica: The International Journal for Geographic Information and Geovisualization, v. 26, n. 2, p. 1-20, 1995.
HUTCHISON, Andrew. The Whanganui River as a Legal Person. Victoria University of Wellington Law Review, v. 49, n. 1, p. 1-30, 2018.
KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
KRENAK, Ailton. O amanhã não está à venda. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
LATOUR, Bruno. Políticas da natureza: como trazer as ciências de volta à democracia. São Paulo: Editora UNESP, 2004.
LEWANDOWSKI, Andressa; DOS SANTOS, Julia Otero. Cosmopolíticas na terra: produção de lugares e os limites da territorialização. Ilha Revista de Antropologia, v. 21, n. 1, p. 005-020, 2019.
LOVELOCK, James. Gaia: Um novo olhar sobre a vida na Terra. São Paulo: Intrínseca, 2020.
LYNCH, Barbara Deutsch. Marking Territory and Mapping Development. 6th Annual Conference of the International Association for the Study of Common Property. Berkeley, CA, 1996.
MALCHER, Lucia. Quilombos contemporâneos: espaços de resistência cultural e política. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 24, n. 71, p. 27-44, 2009.
MIESENBERGER, Caren. Resistência contra hidrelétricas no Rio Tapajós. Fundação Heinrich Böll, 2015. Disponível em: https://br.boell.org/pt-br/2015/06/11/resistencia-contra-hidreletricas-no-rio-tapajos. Acesso em: 19 dez. 2024.
MONDARDO, Marcos. Geografias indígenas e territórios ancestrais. Revista Tocantinense de Geografia, v. 12, n. 26, p. 145-176, 2023.
PADEL, Felix; DAS, Samarendra. Out of This Earth: East India Adivasis and the Aluminium Cartel. Orient BlackSwan, 2010.
SIMARD, Suzanne. Finding the Mother Tree: Discovering the Wisdom of the Forest. New York: Knopf, 2021.
STENGERS, Isabelle. A proposição cosmopolítica. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 68. 2017. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/145663. Acesso em: 4 mar. 2024.
VIANNA, Aurélio. Cartografia social e direitos territoriais. In: ACSELRAD, Henri (org.). Cartografias sociais e território. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, 2008.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2025 Pedro Henrique Azalim Cunha

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Esta licença permite que outros(as) façam download do trabalho e o compartilhe desde que atribuam crédito ao autor(a), mas sem que possam alterá-lo de nenhuma forma ou utilizá-lo para fins comerciais.