Economia solidária: quais possibilidades de desenvolvimento
Abstract
Esta comunicação resulta de investigações no âmbito da economia solidária no Norte de Minas Gerais. As iniciativas coletivas vêm crescendo de forma territorializada no Brasil nos últimos anos e vêm sendo pensada como instrumento de estímulo ao desenvolvimento local, de modo a dinamizar economias dos setores populares. São fomentadas, em sua maioria, como alternativas de geração de renda e oportunidade de trabalho. As experiências reúnem um conjunto de atividades econômicas direcionadas para a autoorganização do trabalho baseadas em princípios de solidariedade, cooperação, democracia, igualdade e autogestão. Esse movimento vem viabilizando atividades de produção, prestação de serviços, crédito, trocas, comercialização e consumo. O Norte de Minas Gerais apresenta um grande número desses empreendimentos com forte participação de mulheres que desenvolvem o trabalho em diversos ramos de atividades como: alimentação, oficina de costura, artesanatos, padarias, lanchonetes, reciclagem, finanças solidárias entre outros. Ainda que a participação esteja ocorrendo de forma gradativa em muitos grupos, o objetivo principal desse trabalho é analisar alguns dos impactos econômicos e sociais gerados pela economia solidária na vida dos/as partícipes de cinco experiências situadas nas cidades de Montes Claros e Pirapora. A metodologia concentrou-se no estudo exploratório com aplicação de questionários, entrevistas e observação. Os resultados sugerem que a renda obtida com o trabalho associado apesar de restrita, tem gerado melhorias na vida de certas mulheres, mas ao nível da sobrevivência, aliviando assim as condições de exclusão e pobreza. Em outro plano, os impactos gerados propiciaram oportunidades sociais de bem estar recíproco e fortalecimento dos laços comunitários ameaçados pela economia hegemônica. Não obstante, as experiências mostraram que as mazelas das desigualdades continuam muito perenes, pois a presença das iniciativas em territórios de exclusão traduz-se em estratégias de enfrentamento da questão social expressa principalmente pela pobreza, desemprego, precarização do trabalho, marginalização, dentre outras situações degradantes que impedem uma reprodução ampliada da vida com promoção de um desenvolvimento integral.
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