DO MODELO ECONÔMICO NEOLIBERAL À ECONOMIA DO SUFICIENTE
Mots-clés :
desenvolvimento, paradigma da conquista, economia dosuficienteRésumé
O presente artigo buscará analisar, de forma crítica, algumas perspectivas epistemológicas relacionadas a
modelos desenvolvimentistas, bem como apresentar algumas evidências hodiernas dos reflexos destes sobre
questões socioambientais e culturais. No bojo do debate sobre a (in) sustentabilidade dos modelos de
desenvolvimento (econômico) vigentes, caracterizados pela crescente exploração e usurpação de recursos,
incluindo os humanos, buscar-se-á evidenciar que algumas das insuficiências geradas por esses modelos
estão contribuindo significativamente para que a biosfera caminhe para uma catástrofe sem precedentes.
A partir dessa reflexão, algumas possibilidades serão abordadas no sentido de promover a ressignificação
do entendimento de desenvolvimento, a ser estruturado pela urgente necessidade de contenção da voracidade
do modelo capitalista neoliberal que busca conquistar tudo e todos para a supremacia de alguns poucos
em detrimento da dignidade da vida. A economia do suficiente, termo empregado por Leonardo Boff, será
apresentada neste estudo como uma proposta de redesenho do contexto presente. Para tanto, um processo
dialógico entre os autores deste estudo e pesquisadores de algumas correntes econômicas, bem como
Aristóteles, Boaventura de Sousa Santos, Amartya Sen, Clóvis Cavalcanti, Leonardo Boff e Karl Polanyi se
fará presente. A abordagem proposta buscará caracterizar a atividade econômica como um meio, dentre
tantos outros, para viabilizar os processos relativos à vida. Nesse sentido, as relações sociais, ambientais,
culturais, econômicas e políticas serão projetadas como um fim maior de se viver, contrapondo outros
paradigmas unicamente centrados na dimensão econômica, como o paradigma da conquista, assim
denominado por Leonardo Boff, que tem na atividade mercantil e nas políticas econômicas fins em si mesmos, justificando e legitimando, assim, suas práticas hegemônicas
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