PAISAGENS CULTURAIS: IDENTIDADE TERRITORIAL E DIREITO AO DESENVOLVIMENTO
Mots-clés :
bacia do Juruena, desenvolvimento sustentável, Enawene-Nawe, gestão territorial, MykyRésumé
O objetivo deste trabalho é refletir sobre as possibilidades de articulação entre políticas públicas para a proteção efetiva de matrizes ambientais, suporte da materialização de bens culturais. Problematizando a visão desenvolvimentista que se impõe sobre os espaços geográficos e paisagens culturais imemoriais, que desencadeia conflitos e condena a (bio e sócio) diversidade do país a um projeto societário sem direito ao futuro. Com base na observação e pesquisa etnográfica, a matéria prima das reflexões que queremos propor aqui é relativa ao convívio e envolvimento direto com os povos Enawene-Nawe e Myky (MT): como coordenadora da pesquisa para o Registro do Ritual Yaokwa do povo Enawene Nawe e como uma das consultoras do Plano de Gestão Territorial e Ambiental do povo Myky, no Projeto Berço das Águas1 . Abordando elementos concernentes aos padrões de ocupação/manejo/uso/acesso e percepção do território por estes povos, pretendemos demonstrar que o que está em questão não é apenas o seu direito à terra, mas sensivelmente está em pauta para eles o direito territorial dessas paisagens em continuar existindo e sustentando para todos a viabilidade de acesso ao futuro.
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