Riscar a cidade em gestos e rastros, caminhadas e imagens
Escritas urbanas como um agir urbano de potência micropolítica
DOI :
10.46551/issn2179-6807v26n1p84-113Mots-clés :
Escritas urbanas. Cidade. Imagem. Caminhar. Fortaleza.Résumé
O fazer do coletivo Narrativas Possíveis, de Fortaleza/CE, transmuta-se na pesquisa Cidade Caminhante, na qual, através do caminhar, buscamos o encontro com escritas urbanas (frases e palavras deixadas nas superfícies da cidade em forma de pixação, estêncil, lambe-lambe). Mobilizamos, para tal, uma combinatória de métodos-táticas de pesquisa: caminhada, fotografia, audiovisual e desenho. No presente artigo, partilhamos duas das caminhadas realizadas no Centro de Fortaleza/CE, no intuito de, através dos encontros com tais imagens, pensar as maneiras pelas quais operam na cidade. Percebendo a relação entre o que a escrita urbana faz e o que diz, entendemos que o que está em jogo nessas imagens não é somente o que se risca, mas o próprio gesto, contido no rastro e nele prolongado, de riscar a cidade — o que configura, também, um modo de percebê-la, de “desarquivar” tal gesto através do olhar. Entre gestos e rastros, as escritas urbanas, carreguem elas frases “de amor” ou “de protesto”, configuram-se como um agir urbano de potência micropolítica, ao inventar táticas de existência na cidade, tais quais o próprio percorrer, perceber e habitá-la de outras maneiras.
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