A importância do futebol de várzea para a população negra de São Paulo (SP)
The importance of varzea football for the black population of São Paulo (SP)
DOI :
10.46551/issn2179-6807v28n1p104-121Mots-clés :
Futebol de Várzea, Racismo, Organização Negra, Negritude, PeriferiasRésumé
O presente artigo apresenta o futebol de várzea da cidade de São Paulo, a partir da história do Negritude Futebol Clube, time criado na década de 1980, construído prioritariamente por homens e mulheres negras, que ocuparam o espaço do recém-inaugurado Conjunto Habitacional nomeado Cohab I. O texto articula o desenvolvimento do futebol de várzea com a organização da juventude negra, que foi capaz de fundar o MNU – Movimento Negro Unificado, e ao mesmo tempo apresentou diversas formas de resistência entre elas os bailes e o futebol, tão importantes para a demarcação da identidade racial e o combate ao racismo. Articulando passado e presente, o texto demonstra como a organização do futebol de várzea pode ser uma possibilidade democratizante frente aos processos de “arenização” do futebol.
Téléchargements
Références
ALMEIDA, Silvio de. O que é racismo estrutural?. 1. ed. Belo Horizonte: Letramento, 2018.
BARRETO, Lima. Feiras e Mafuás. 1ª ed. São Paulo – Rio de Janeiro: Editora Mérito S. A., 1953.
BERNARDO, Teresinha. Memória em branco e negro: olhares sobre São Paulo. São Paulo: EDUC: Editora Unesp, 1998.
CASTRO, Marcio Sampaio. Bexiga um bairro afro-italiano. São Paulo: Editora Annablume, 2008.
CORRÊA, Lúcia Helena. “Racismo no Futebol Brasileiro”. In: DIEGUEZ, Gilda Korff (Org.). Esporte e Poder. Petrópolis: Vozes, 1985, p. 31-39.
DAMO, A. S. Monopólio estético e diversidade configuracional no futebol brasileiro. Movimento, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 129-156, maio/ago., 2003.
DAVIS, Angela. Mulheres, Raça e Classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
DEVULSKY TISESCU, Alessandra. Dilema da luta contra o racismo no Brasil. Estado, racismo e materialismo. Margem Esquerda, v. 1, p. 24-30, 2016.
DOMINGUES, Petrônio. Protagonismo negro em São Paulo – História e Historiografia. São Paulo: Edições SESC, 2019.
EURICO, M. C. A percepção do assistente social acerca do racismo institucional. São Paulo: Serviço Social e Sociedade, n. 114, abr./jun., 2013.
FLORENZANO, José Paulo. Futebol e Racismo: O Mito da Democracia Racial em Campo. Goethe Institute. 2012. Disponivel em: <http://www.goethe.de/ins/br/sap/prj/fus/ges/pt9657066.htm>. Acesso em: 07/06/22.
FRANCO Jr., Hilário. A dança dos Deuses. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
GIULIANOTTI, Richard. Sociologia do futebol, dimensões históricas e socioculturais do esporte das multidões. São Paulo: Nova Alexandrina, 2002.
GOES, Weber Lopes. Racismo e eugenia no pensamento conservador brasileiro: a proposta de povo em Renato Kehl. São Paulo: Liber Ars, 2018.
HARVEY, David. A produção capitalista do espaço. São Paulo – Annablume, 2005.
HELLER, Agnes. O Cotidiano e a História. 4ª ed. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1970.
IANNI, Octávio. A ideia de Brasil Moderno. São Paulo: Brasiliense, 1996.
IANNI, Octávio. O preconceito racial no Brasil. Revista Estudos Avançados, n. 18, v. 50, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142004000100002 >. Acesso em: 07/06/22.
SIMÕES, Irlan. Clientes versus Rebeldes: novas culturas torcedoras nas arenas no futebol moderno. 1º ed. Rio de Janeiro: Multifoco, 2017.
LUKÁCS, Gyorgy. Para uma ontologia do ser social II. São Paulo: Boitempo Editora, 2013.
MARX, K; ENGELS F. A ideologia alemã. 1ª edição. São Paulo: Boitempo, 2007.
MOURA, Clóvis. A Sociologia do Negro Brasileiro. 2ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2019.
MOURA, Clóvis. O negro: De bom escravo a mal cidadão. 2ª ed. São Paulo: Dandara, 2021.
MOURA, Clóvis. Dialética Radical do Brasil Negro. 2ª ed. São Paulo: Anita Garibaldi, 2014.
MOURA, Clóvis. Escravismo, Colonialismo, Imperialismo e Racismo. Afro-Ásia 14 – 1983. Texto apresentado no 11º Congresso de Cultura Negra das Américas realizado na cidade do Paraná entre os dias 17 e 21 de março de 1980.
MOURA, Clóvis. Rebeliões da Senzala: Quilombos, insurreições e guerrilhas. 6.ª ed. São Paulo: Anita Garibaldi, 2020.
NETTO, J.P. Para a crítica da vida cotidiana. In: NETTO, J. P.; FALCÃO, M. C. Cotidiano: conhecimento e crítica. São Paulo: Cortez, 1987.
OLIVEIRA, Denis de. Dilemas da luta contra o racismo no Brasil. Margem Esquerda, v. 1, p. 31-37, 2016.
PINTO, Ricardo. História, Conceito e Futebol – Racismo e modernidade no futebol fora do eixo (1889 – 1912). Curitiba: Appris Editora, 2020 – RJ.
ROLNIK, Raquel. Territórios Negros nas Cidades Brasileiras (etnicidade e cidade em São Paulo e Rio de Janeiro). Revista de Estudos Afro-Asiaticos 17 - CEAA, Universidade Cândido Mendes, 1989.
ROSSO, Mauro. Lima Barreto versus Coelho Neto: um Fla-Flu literário. Rio de Janeiro: DIFEL, 2010.
SADDER, Eder Simão. Quando novos personagens entraram em cena: experiências, falas e lutas dos trabalhadores da grande São Paulo: 1970-80 (1988). 5ª Reimpressão. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
SANTOS, Carlos José Ferreira dos. Nem tudo era italiano: São Paulo e pobreza: 1890-1915. 4.ª edição – São Paulo, Annablume/Fapesp 2017.
SILVA, Diana Mendes Machado da. Futebol de Várzea em São Paulo: A Associação Atlética Anhanguera (1928-1940). 1 ed. São Paulo: Alameda, 2016.
SILVA, Alex Gomes. Gilberto Freyre e o legado luso-hispânico: uma construção no pós-guerra. Tese (Doutorado) - São Paulo, 2016 327 f. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas de São Paulo, Departamento de História, USP – São Paulo, 2016.
SILVA, Martiniano José. Racismo à Brasileira: raízes históricas: um novo nível de reflexão sobre a história social do Brasil. 4ª ed. São Paulo: Anita Garibaldi, 2009.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Roberta Pereira da Silva 2022
Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale - Pas de Modification 4.0 International.
Esta licença permite que outros(as) façam download do trabalho e o compartilhe desde que atribuam crédito ao autor(a), mas sem que possam alterá-lo de nenhuma forma ou utilizá-lo para fins comerciais.