Modernidade, capitalismo e a (re)invenção da escola
Resumo
Para que a relação pedagógica seja compreendida, é necessário conhecer os processos históricos que a originaram. Esse texto introdutório apresenta questões da teoria crítica em educação, entendendo a escola como uma invenção do início da modernidade, associada à necessidade de racionalização inaugurada nesse período. A educação escolar surge como parte do processo civilizador, gerando, inclusive, uma nova relação social: a relação pedagógica. A relação dual entre o mestre e o seu discípulo já vinha sendo superada desde os séculos XVI e XVII, com as diversas iniciativas religiosas, tanto católicas romanas como protestantes (calvinistas, luteranos, zwinglianos, dentre outras vertentes), em busca da formação de novos quadros para as igrejas. É no século XVIII, entretanto, que a escola moderna ganha características próprias. A transição das sociedades do Antigo Regime para as modernas sociedades industriais, capitalistas e liberais, e o fortalecimento da ideia de Estado-nação vão gerando a necessidade de especialização como meios de controle. A escola, segundo esse raciocínio, é fruto dessa nova ordem política, social e econômica.
Palavras-chave: Escola. Modernidade. Capitalismo.
Downloads
Referências
CANÁRIO. R. A escola como construção histórica (capítulo 5. p. 59-88). In: CANÁRIO, R. O que é escola? Um “olhar” sociológico. Porto: Porto ed., 2005.
ENGUITA, Mariano F. A face oculta da escola: educação e trabalho no capitalismo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
GRAMSCI, Antonio. Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.
HAMILTON, David. Mudança social e mudança pedagógica. In: Teoria e Educação. Porto Alegre: Pannonica, 1992.
MARX, Karl. O capital: crítica da Economia Política (v. 1, t. 1). 17. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999.
VARELA, Júlia; ALVAREZ-URIA, Fernando. A maquinaria escolar. Teoria & Educação, n. 6, 1992, p. 68-69.