ARTIGO ORIGINAL

 

A EDUCAÇÃO FÍSICA COMO FERRAMENTA DE ENFRENTAMENTO AO BULLYING ESCOLAR

 

PHYSICAL EDUCATION AS A TOOL TO FIGHT SCHOOL BULLYING

 

LA EDUCACIÓN FÍSICA COMO HERRAMIENTA PARA LUCHAR CONTRA EL ACOSO ESCOLAR

 

Willian Souza Matos Descrição: download Descrição: Lattes

                 Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes, Joaíma, MG, Brasil.

                                             http://lattes.cnpq.br/4578863965388361

E-mail: willianmatos123@hotmail.com

 

Adriana Bispo Rodrigues Descrição: download Descrição: Lattes

Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes, Joaíma, MG, Brasil.

http://lattes.cnpq.br/4889099078737311

                E-mail: adriana.bispo@educacao.gov.br

 

Data de Submissão: 03/07/2022 Data de Publicação: 04/03/2023

Como citar: MATOS, W. S.; RODRIGUES, A. B. A EDUCAÇÃO FÍSICA COMO FERRAMENTA DE ENFRENTAMENTO AO BULLYING ESCOLAR. Revista Eletrônica Nacional de Educação Física, v. 14, n. 21, jul. 2023. https://doi.org/10.46551/rn2022131900066


RESUMO

 

bullying é um problema mundial que é caracterizado por comportamento ofensivo e repetitivo. O bullying escolar é um tipo de violência que sempre ocorreu, mas somente estudado nos últimos anos. Objetiva-se Investigar como a Educação Física pode ser usada para combater bullying nas escolas. Observando a realidade escolar, é possível perceber como esta tem crescido e se tornado cada vez mais abrangente em todas as instituições educacionais e em todas as faixas etárias, tornando-se uma questão social extremamente relevante. Foi usada pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, tendo como coleta de dados pesquisa documental e com referencial teórico de autores renomados. O bullying é um problema sério que pode afetar drasticamente a capacidade dos alunos de progredir academicamente e socialmente. É necessário um plano de intervenção abrangente que envolva toda comunidade escolar para garantir que todos os alunos possam aprender em um ambiente seguro e sem medo. O presente estudo abordou a problemática do bullying  no âmbito escolar, com o objetivo de discutir, como as aulas de Educação física podem ajudar na mudança de comportamento dos alunos e se os professores estão preparados para intervir nas ocorrências de bullying , visto que o Bullying  se apresenta de maneira distinta, as principais consequências consistemna mudança brusca do comportamento do aluno, desconcentração e perda de autoestima, além da vítima ter o desenvolvimento escolar comprometido.

Palavras-Chave: Bullying. Educação Física. Comportamento.


ABSTRACT

Bullying is a worldwide problem that is characterized by offensive and repetitive behavior. School bullying is a type of violence that has always occurred but has only been studied in recent years. Objective to investigate how Physical Education can be used to combat bullying in schools. Observing the school reality, it is possible to see how it has grown and become increasingly comprehensive in all educational institutions and in all age groups, becoming an extremely relevant social issue. Methodology: Exploratory research of a qualitative nature was used, having as data collection documentary research and as a theoretical reference Bullying is a serious problem that can dramatically affect students' ability to progress academically and socially. A comprehensive intervention plan that involves the entire school community is needed to ensure that all students can learn in a safe and fear-free environment. This study addressed the issue of bullying in the school environment, with the aim of discussing how Physical Education classes can help change the behavior of students and whether teachers are prepared to intervene in bullying occurrences, since Bullying presents itself in a different way, the main consequences consist of a sudden change in the student's behavior, deconcentration and loss of self-esteem, in addition to the victim having their school development compromised.

Keywords: Bullying. Physical Education. Behavior.


RESUMEN

El bullying  es un problema mundial que se caracteriza por comportamientos ofensivos y repetitivos. El acoso escolar es un tipo de violencia que siempre se ha producido, pero que solo se ha estudiado en los últimos años.  Investigar cómo se puede utilizar la Educación Física para combatir el acoso escolar. Justificación: Observando la realidad escolar, es posible ver cómo ha crecido y se ha vuelto cada vez más integral en todas las instituciones educativas y en todos los grupos de edad, convirtiéndose en un tema social de suma relevancia. Se utilizó una investigación exploratoria, de carácter cualitativo, con investigación documental como recolección de datos y autores. El bullying  es un problema serio que puede afectar dramáticamente la capacidad de los estudiantes para progresar académica y socialmente. Se necesita un plan de intervención integral que involucre a toda la comunidad escolar para garantizar que todos los estudiantes puedan aprender en un entorno seguro y sin miedo. Consideraciones: El presente estudio abordó la problemática del bullying  en el ambiente escolar, con el objetivo de discutir cómo las clases de Educación Física pueden ayudar en la modificación del comportamiento de los alumnos y si los profesores están preparados para intervenir en los hechos de bullying , ya que el Bullying  se presenta de otra forma, las principales consecuencias consisten en un cambio brusco en el comportamiento del alumno, desconcentración y pérdida de autoestima, además de que la víctima haya comprometido el desarrollo escolar.

Palavras-chave: Bullying . Educación Física. Comportamiento.

 

INTRODUÇÃO

Observando a realidade escolar, é possível perceber como a violência tem crescido e se tornado cada vez mais abrangente em todas as instituições educacionais e em todas as faixas etárias, tornando-se uma questão social muito relevante. O interesse por esse tema está relacionado ao fato de que muitas vezes presenciam-se atos de violência, que se revelavam por meio de humilhações, gozações, ameaças, apelidos constrangedores, chantagens e intimidações, geralmente contra uma mesma vítima, dentro de um ambiente escolar, comprometendo o desenvolvimento da sua autoconfiança e autoestima.

Tais situações se enquadram dentro das características do fenômeno Bullying, e que o mesmo vem se disseminando, causando danos, sobretudo, psicológicos aos envolvidos, tendo muitas vezes reações extremas, como as recentes tragédias ocorridas em várias escolas do Brasil, divulgadas pelos meios de comunicação, deixando marcas profundas na vida da comunidade educativa e de toda a sociedade. Essas reflexões resultaram na seguinte questão: Como combater o Bullying nas aulas de Educação Física na escola? De acordo com pesquisas publicadas em alguns países, inclusive no Brasil, o Bullying acontece mais em alunos com idade entre 11 e 13 anos (LOPES NETO, 2005).

Qualquer pessoa que algum dia tenha frequentado uma escola, certamente já presenciou ou foi vítima do fenômeno Bullying. Nesse sentido Ramos (2008) destaca que esse fenômeno ocorre quando um ou mais alunos passam a perseguir, intimidar, humilhar, chamar por apelidos cruéis, excluir, ridicularizar, demonstrar comportamento racista e preconceituoso ou, por fim, agredir fisicamente, de forma sistemática, e sem razão aparente outro aluno. Apesar dos debates sobre este assunto serem relativamente recentes, ele é um velho conhecido no ambiente escolar.

O Bullying sempre esteve presente, nas salas de aula, nos pátios, nas quadras esportivas. Dentre as disciplinas do currículo escolar a Educação Física favorece por meio de suas atividades uma maior visibilidade do fenômeno Bullying. Esse fator viabiliza ações de enfrentamento a este fenômeno por parte do professor, dando a sua contribuição para o combate ao Bullying, que deixa marcas, por vezes irreversíveis, nos alunos excluídos, seja no aspecto corporal, moral ou emocional.

Inegavelmente o espaço escolar é repleto de conflitos, onde as pessoas muitas vezes divergem a respeito de ideias e opiniões, o que é algo natural em um mundo tão diverso quanto o nosso. Todavia, infelizmente as divergências que deveriam ser naturais e sadias dentro do ambiente escolar, tem cada vez mais dado espaço para agressões físicas e verbais.

Neste contexto, muitos alunos acabam expostos repetidamente a ações negativas por parte de outros alunos, como xingamentos, disseminação de falsos rumores, exclusão social ou isolamento, agressões físicas e discriminações raciais ou sexuais, essas ações podem causar grandes transtornos físicos e psicológicos nos estudantes, por vezes irreversíveis.

Assim, o fenômeno Bullying é, sem dúvida, na atualidade um dos mais discutidos temas em todo o mundo, o que desperta crescente interesse para os próprios alunos, pais, profissionais de educação e da saúde, e outros.

Diversos estudos, publicações, ideias, opiniões, sugestões surgem com o objetivo de explicar o fenômeno e os motivos que leva o indivíduo ou grupo a agir de forma deliberada, e muitas vezes, tão cruel. (OLIVEIRA, 2011).

O Bullying é um termo inglês que significa valentão, brigão, e é utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencional, praticada entre pares. Já em português, é entendido como ameaça, opressão, intimidação e humilhação. Vários autores definem a palavra bullying, mas pode-se dizer que é toda agressão, física ou verbal, exercida de maneira contínua, sem motivo aparente, causando consequências que vão do âmbito emocional até na aprendizagem (FELIZARDO, 2017).

Diante deste panorama, esse estudo objetiva investigar como a Educação Física pode ser usada para combater bullying nas escolas. Como objetivos específicos buscou-se Refletir sobre as consequências do bullying nas aulas de educação física. Verificar o papel do professor de educação física frente à problemática do bullying no ambiente escolar. Analisar possibilidades de estratégias de prevenção e combate à prática do bullying nas aulas de Educação Física.

O trabalho se justifica tendo em vista, o crescente aumento das manifestações de violência (bullying) ocorridas no espaço escolar. Observando a realidade escolar, é possível perceber como está tem crescido e se tornado cada vez mais abrangente em todas as instituições educacionais e em todas as faixas etárias, tornando-se uma questão social extremamente relevante.

A violência trazida pelo bullying nas escolas é um fenômeno que produz marcas e contribui para rupturas acerca das concepções da educação escolar como lugar de socialização, de aquisição e construção de conhecimentos, de formação do cidadão e de veículo por excelência do exercício e da aprendizagem, da ética e da comunicação dialógica e, portanto, antítese da violência (ASSIS, 2017).

Dentre as disciplinas do currículo escolar a Educação Física favorece por meio de suas atividades uma maior visibilidade do fenômeno Bullying. Esse fator viabiliza ações de enfrentamento a este fenômeno por parte do professor, dando a sua contribuição para o combate ao Bullying, que deixa marcas, por vezes irreversíveis, nos alunos excluídos, seja no aspecto corporal, moral ou emocional.

Assim, as aulas de educação física podem tanto serem uma importante estratégia pedagógica no combate à violência escolar, como pode também ser um ambiente propicio à manifestação de atos violentos, portanto a forma que o professor conduzirá a aula determinará se ela será um fator de combate à violência ou um cenário de violência.

Para auxiliar o combate à violência o professor deve conhecer seus alunos e aplicar metodologias que incentivem a inclusão, cooperação e apoio mútuo entre os alunos.

 

MATERIAIS E METODOS

Este estudo foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica, que, segundo Lakatos e Marconi (2018), consiste em um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, que fornece dados relevantes e atuais sobre o tema.

Para realização do estudo foram analisados artigos disponíveis nos bancos de dados de universidades, revistas especializadas na área de educação física e sites oficiais, tais como Redalyc, Scientific Electronic Library (Scielo) e Google Acadêmico, os trabalhos divulgados com o intuído de analisar a abordagem que os diversos autores davam sobre a relação do professor de educação física e o bullying.

Feita a identificação dos artigos que preencheram os requisitos de inclusão, realizou-se a leitura analítica, seletiva e interpretativa individual dos dados, bem como do banco de dados construído, analisando de forma criteriosa a abordagem dada a cada item pesquisado pelos autores, após a análise dos artigos fez-se a extração das informações.

 

RESULTADOS

Inicialmente, a busca eletrônica retornou 12 artigos. Após a análise do resumo foram excluídos 08 artigos. Diante disso, 04 artigos foram utilizados nesta revisão. A tabela 1 apresenta as principais características dos estudos selecionados.

 

Tabela 1. Características gerais dos estudos selecionados

AUTOR

(ANO)

OBJETIVO

AMOSTRA

PRINCIPAIS RESULTADOS

BOTELHO, R. G. 2017

Observar como acontece o bullying no ambiente escolar e as estratégias para acabar com as ocorrências na aula de Educação Física.

Escolas da rede pública de ensino

Muitos professores de educação física não sabem lidar com situações recorrentes de bullying.

FANTE, C.

2005

Analisar estratégias de como prevenir a violência nas escolas

Professores de escolas da rede pública de ensino

Grande parte dos professores desenvolvem ações de prevenção, educação e respeito a diferença.

FELIZARDO, M.

2017

Identificar as dificuldades encontradas por professores para criar Iniciativas por um Ambiente Escolar Justo e Solidário.

Professores de escolas da rede pública de ensino

A dificuldade não está somente em criar iniciativas, mas em vários outros fatores como implantá-las e fazer com que sejam cumpridas.

OLIVEIRA, J. G.

2011

Refletir sobre a violência no contexto escolar.

Professores de escolas da rede pública de ensino.

Falta de preparo dos professores de educação física para lidar com situações de violência no ambiente escolar e modo como esses acontecimentos afetam no processo de ensino-aprendizagem.

Fonte: Próprio autor.

 

Neste estudo buscou-se refletir acerca das consequências do bullying nas aulas de Educação Física e os estudos que foram de encontro a esse objetivo foi que observamos de acordo com Oliverira (2011) que indica a falta de preparo dos professores de Educação Física para lidar com situações de violência no ambiente escolar e modo como esses acontecimentos afetam no processo de ensino-aprendizagem.

Ao verificar o papel do professor de Educação Física frente a problemática do bullying  no ambiente escolar, Felizardo (2017), aponta que a falta de preparo dos professores de Educação Física para lidar com situações de violência no ambiente escolar e modo como esses acontecimentos afetam no processo de ensino-aprendizagem.

E quando se busca analisar as possibilidades de estratégias de prevenção e combate à prática do bullying nas aulas de Educação Física, Fante (2005), destaca que grande parte dos professores desenvolvem ações de prevenção, educação e respeito à diferença.

Na maior parte, os estudos sobre as consequências do bullying nas escolas se concentraram nos resultados de saúde para crianças persistentemente intimidadas por seus pares. As conclusões foram influenciadas pela forma como o bullying foi conceituado e avaliado, pelos resultados de saúde específicos investigados e pelo método de pesquisa e análise de dados empregados. Os resultados de pesquisas transversais sugerem que ser vítima de colegas está significativamente relacionado a níveis comparativamente baixos de bem-estar psicológico e ajuste social e a altos níveis de sofrimento psíquico e sintomas adversos à saúde física.

O bullying é um problema sério que pode afetar drasticamente a capacidade dos alunos de progredir academicamente e socialmente. É necessário um plano de intervenção abrangente que envolva todos os alunos, pais e funcionários da escola para garantir que todos os alunos possam aprender em um ambiente seguro e sem medo.

 

DISCUSSÃO

Entende-se que o bullying é um fenômeno mundial tão antigo quanto à própria escola. Apesar de os (as) educadores (as) terem consciência da problemática existente entre agressor (a) e vítima, poucos esforços foram despendidos para o seu estudo sistemático até princípios da década de 1970. (FANTE, 2005).

Antunes e Zuin (2008) confirmam que atualmente o fenômeno denominado bullying é muito conhecido pela humanidade, mas que ganhou nova nomeação pela ciência pragmática que se ilude ao tentar controlá-lo via classificação e aconselhamentos. Somando-se a isso, sua assimilação torna-se imediata numa sociedade que se pretende cinicamente cosmopolita, sem sê-lo de fato, pois o que assusta e fere a moral burguesa, hegemônica em nosso tempo, é a forma como tem se manifestado no ambiente escolar e as consequências que tem trazido, e que tem como exemplos mais extremos de suicídios e ataques armados às comunidades.

Mesmo com a conscientização dos (as) educadores (as), existem dificuldades de se atuar perante o fenômeno uma vez que as escolas proporcionam espaços onde ainda é possível a ocorrência do bullying, por exemplo, pátios e recreios, que devido a menor fiscalização permitem a atuação dos (as) agressores (as).

Segundo Botelho e Souza (2007) o recreio é um período que os (as) professores (as) utilizam para seu descanso ou para preparar materiais das próximas aulas, e, durante este período, muitos discentes podem praticar, sofrer e testemunhar ações de bullying. Tais ações por sua vez podem originar lesões graves (como fraturas), decorrentes de brigas que muitas vezes são resultado da prática de atividades físicas desorientadas.

A palavra bullying ainda é desconhecida de uma maioria. Usa-se esse termo sem tradução especifica, para denominar a agressão de meninos e meninas no ambiente escolar. Está claro, e até mesmo os (as) pesquisadores (as) do bullying admitem, conforme apresentado inicialmente, que na ocorrência da violência discutida estão envolvidos aspectos culturais, sociais, políticos, econômicos e individuais.

No entanto, é importante ressaltar que, tais fatores devem sim ser analisados, problematizados e interpretados, pois não basta mencioná-los. Assim, os fatores individuais fazem referência ao desenvolvimento da personalidade nesse ambiente, e os culturais, além de se referirem à sociedade que limita o desenvolvimento em uma direção específica, também se referem às condições objetivas da incidência dessa violência.

Segundo a pesquisa realizada por Ramos (2008) as explicações para os fenômenos do bullying atualmente parecem concordar com aquelas que discutem a violência em geral. Por certo, podem ser encontrados casos de bullying em diferentes classes, idades, etnias e gêneros.

A violência nas escolas é um fenômeno que produz marcas e contribui para rupturas acerca das concepções da educação escolar como lugar de socialização, de aquisição e construção de conhecimentos, de formação do cidadão e de veículo por excelência do exercício e da aprendizagem, da ética e da comunicação dialógica e, portanto, antítese da violência (ASSIS et al., 2010).

Todavia Carrano (2009) afirma que há possibilidade de que o fenômeno não se restrinja apenas à escola, mas que ele se espalhe por toda a sociedade caso não seja controlado a tempo. As pessoas costumam identificar a violência escolar como fenômeno relativamente novo, algo que teria surgido nos anos 80 e se desenvolvido nos anos 90.

Porém trata-se de um fenômeno antigo em todo o mundo e que configura um problema social, podendo ocorrer, conforme já classificado pela ciência e adotado pelo senso comum, como indisciplina, delinquência, problemas de relação professor-aluno ou mesmo aluno-aluno, entre outros. Dessa forma o fenômeno é tão visível, que sindicatos de professores incorporaram a defesa da integridade física e moral dos (as) professores (as) em suas pautas de reivindicações.

Pesquisadores como Abramovay e Castro (2003) ao pensarem em violência na escola, corroboram que agressão, vandalismo e desrespeito com o outro, levam os (as) professores (as) e funcionários a procurarem estratégias para minimizar o fenômeno, isto é, criam programas de assistências e reuniões em sindicatos na busca de proteção e apoio.

 

CONCLUSÃO

O Bullying é um fenômeno de âmbito mundial que acompanha a escola desde o seu surgimento, no entanto vem se agravando nas últimas décadas, esse fenômeno é tido como um meio de violência que acontece de maneira explicita ou velada, sendo este um problema originado por fatores sociais. É sabido que as práticas de Bullying são disseminadas por todas as classes sociais, em todos os tipos de instituição escolar, podendo se manifestar fisicamente ou verbalmente.

As informações apresentadas nesta pesquisa tem o propósito de ajudar a melhorar os programas de intervenção antibullying e a prever modelos de vitimização e consumação, no entanto, ainda existem várias dificuldades no gerenciamento de situações abusivas em específico, devido à tendência de não considerar o ponto de vista subjetivo das crianças e sua definição de agressão psíquica, muitas vezes distintos da proposta por adultos e subestimam o papel dos adultos e suas relações com as vítimas na vira-face ou exacerbação das hostilidades entre parentes ou amigos. Além disso, conceituam o bullying como um fenômeno individual. (às características do agressor e da vítima) ao invés de interpessoal e socialmente construído.

A prática de bullying é um problema que certamente não será resolvido tão facilmente, no entanto, poderá ser prevenido, moderado se diagnosticado precocemente dentro das relações sociais entre os alunos. Sua amenização ajudará na construção de uma sociedade mais fraterna e tolerante, onde todos poderão viver com a diferença ou indiferença de cada um, sem que haja exclusão ou falta de aceitação, mas para que isso ocorra é indispensável que se inicie dentro da escola uma prática de intervenção e prevenção das agressões originárias do bullying.

Assim, conclui-se com esse estudo a importância do papel dos professores de Educação Física no enfrentamento do fenômeno bullying no ambiente escolar e que os mesmos devem estar preparados para intervir nos atos que envolvem o bullying.

 

REFERÊNCIAS

 

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ABRAPIA- Associação Brasileira de Proteção à Infância e Adolescência. Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes. Rio de Janeiro, 2003.

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ASSIS, S. G.; CONSTANTINO, P.; AVANCI Q. J. Impactos da violência na escola-um diálogo com professores. Rio de Janeiro: Ministério da Educação- Editora FIOCRUZ, 2010.

BOTELHO, R. G. Bullying e Educação Física na escola: caracerísticas, casos, consequências e estratégias de intervenção. Revista de Educação Física, n. 139, p. 58- 70, dez. 2017.

BOTELHO, G. R.; SOUZA, C. M. JBullying e Educação Física na escola: Características, casos, consequências e estratégias de intervenção. Revista de Educação Física, n. 139, p. 58-70, dez. 2007.

CARRANO, P. UFF Debate Brasil- Violência nas escolas. Rio de Janeiro, 2009.

CHAVES, W. M. Fenômeno bullying e a educação física escolar. Anais do 10º Encontro Fluminense de Educação Física Escolar. Niterói: UFF. Departamento de Educação e Desportos, 2016: 149-54.

FANTE, C. Fenômeno Bullyin: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2. Ed ver. E ampl. - Campinas: Verus Editora, 2005.

FELIZARDO, M. O Fenômeno Bullying como causa dos massacres em escolas. Iniciativa por um Ambiente Escolar Justo e Solidário. 2017. Disponível em: http://www.diganaoaobullying.com.br/secao_dicas/artigos/artigo. Acesso em: 20 abr. 2021.

LOPES NETO A. A. Bullying comportamento agressivo entre estudantes. J Pediatria (Rio J). 2005; 81 (5 Supl):S164-S172. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa06.pdf. Acesso em: 22 out. 2021.

OLIVEIRA, J. G., et. al. Bullying: reflexões sobre a violência no contexto escolar. Educação por Escrito. v. 2, n. 2, 2011.

RAMOS, A. “Diga não para o bullying: Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes. São Paulo: Editora São Paulo, 2008.